Ministra anuncia que país mantém-se a três velocidades nos próximos 15 dias
A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou esta segunda-feira em conferência de imprensa que o "governo decidiu que vai manter a generalidade do país em estado de alerta, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) em estado de contingência e as 19 freguesias de cinco concelhos da AML em estado de calamidade para os próximos 15 dias".
A governante revelou que a "taxa de incidência diminuiu na zona mais afetada", mas os números ainda não deixam as autoridades sanitárias satisfeitas. "Não temos condições para mudar situação de Lisboa e Vale do Tejo nem das 19 freguesias destes cinco concelhos", frisou, não antecipando uma data se voltar a ver o país a uma só velocidade: "Vamos avaliando as circunstâncias e tomando medidas."
"A situação das 19 freguesias é de uma tendência decrescente, mas um conjunto de casos numa empresa ou numa instituição altera imediatamente os números", acrescentou.
Apesar da incidência de casos na Área Metropolitana de Lisboa, Mariana Vieira da Silva garantiu que "do ponto de vista da capacidade de resposta do SNS, a situação está muito controlada" e que essa "não é uma preocupação neste momento".
A ministra diz que "de uma forma geral, as regras têm sido cumpridas" pela população e que "quando há situações de desobediência, as autoridades estão atentas", prometendo adequar medidas para o período mais intenso de férias.
"Devemos manter distanciamento social e utilizar máscaras, reduzir os ajuntamentos e seguir as regras de etiqueta respiratória e de higienização das mãos. Até à vacina, temos de aprender a viver com o vírus", rematou.
A generalidade de Portugal Continental entrou no dia 01 de julho em situação de alerta devido à pandemia de covid-19, com exceção da AML, que passou para o estado de contingência.
Dentro da AML, que é constituída por 18 municípios, 19 freguesias de cinco concelhos permaneceram em estado de calamidade, já que, segundo disse na altura o primeiro-ministro, é onde se concentra "o foco de maior preocupação de novos casos [de infeção] registados".
As 19 freguesias que vão permanecer em estado de calamidade são: Santa Clara (Lisboa), as quatro freguesias do município de Odivelas (Odivelas e as uniões de freguesias de Pontinha e Famões, Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, e Ramada e Caneças), as seis freguesias do concelho da Amadora (Alfragide, Águas Livres, Encosta do Sol, Mina de Água, Venteira e União de Freguesias de Falagueira e Venda Nova), seis freguesias de Sintra (uniões de freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abraão, Cacém e São Marcos, Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro) e duas freguesias de Loures (uniões de freguesias de Sacavém e Prior Velho, e de Camarate, Unhos e Apelação).
Nestas freguesias foram impostas medidas especiais de confinamento, como o "dever cívico de recolhimento domiciliário", ou seja, as pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar, ir às compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares.
Os ajuntamentos ficam limitados a cinco pessoas e estão proibidas as feiras e mercados de levante.
De acordo com o boletim da Direção-Geral de Saúde, registaram-se até esta segunda-feira 46.818 casos de infeção confirmados e 1.662 mortes.