Militar de navio da Marinha testa positivo e deixa 46 em isolamento a bordo

Navio patrulha oceânico Sines chegou aos Açores no domingo para uma missão de três meses. Elemento infetado está assintomático e foi colocado em isolamento em terra. Restante tripulação de 46 elementos não pode deixar o navio.
Publicado a
Atualizado a

Um militar da tripulação do navio patrulha oceânico Sines testou positivo à covid-19 após a chegada da embarcação a Ponta Delgada, nos Açores. Foi colocado em isolamento em terra, de acordo com a porta-voz da Marinha. Os 47 militares do navio foram testados em Lisboa e, garante a Marinha, todas deram negativo antes da partida para os Açores. Trata-se do primeiro caso de uma infeção de covid-19 a bordo de um navio da Marinha numa missão.

O NRP Sines está atualmente na zona marítima dos Açores para uma missão de patrulhamento no âmbito do dispositivo permanente da Marinha portuguesa na área marítima nacional. Rendeu o navio Setúbal que passou mais de três meses na região e voltou agora ao continente onde chegou esta terça-feira (21 de julho)

Quando seguiu viagem para os Açores, todos os 47 elementos do navio comandado pela capitão-tenente Ester Pereira Lopes, 37 anos, fizeram o teste e não houve resultados positivos, de acordo com informações prestadas ao DN pela comandante Nádia Rijo, porta-voz da Marinha. No domingo, o navio atracou em Ponta Delgada e seguindo as regras em vigor na região autónoma toda a guarnição, "antes de ter qualquer contacto em terra", voltou a fazer o teste.

Um militar teve resultado positivo. "Está assintomático e a ser monitorizado pelas autoridades. Ficou em isolamento, em terra", explicou a porta-voz da Marinha. Os restantes 46 elementos mantêm-se a bordo, em isolamento profilático e não podem ir a terra. "Durante os 14 dias de isolamento profilático, a guarnição vai manter-se no navio", confirmou Nádia Rijo. Toda a tripulação irá depois ser novamente testada.

De acordo com uma nota da Marinha, publicada no domingo, o NRP Sines "é o terceiro navio da classe Viana do Castelo, sendo a segunda vez que executa uma missão na Zona Marítima dos Açores". Nos próximos três meses "irá guarnecer o dispositivo naval nos Açores, desenvolvendo tarefas específicas no âmbito da busca e salvamento marítimo, da monitorização e controlo da pesca, do controlo da navegação, da prevenção e combate à poluição marinha e na prevenção e combate a atividades ilegais como o narcotráfico". Esta tarefa foi desempenhada pelo NRP Setúbal que regressou agora ao continente.

Ainda antes de ser conhecido este caso positivo a bordo, a Marinha referia que "estes navios têm capacidade para cooperar em operações militares, assim como em ações decorrentes da promulgação do estado de sítio ou emergência e no apoio humanitário na sequência de desastre natural, tendo um importante papel no apoio à proteção civil".

Os casos de covid-19 em navios militares têm acontecido desde março. A primeira grande situação atingiu o porta-aviões norte-americano USS Theodore Roosevelt, com mais de 500 infetados, num caso que levou à exoneração do comandante Brett Crozier após este pedir ação ao governo para travar o contágio a bordo. Depois, o porta-aviões francês Charles De Gaulle também viveu uma situação de contágio generalizado com mais de 1000 casos positivos. Mais recentemente, e numa embarcação civil, 57 marinheiros de uma traineira argentina ficaram infetados após 35 dias no mar, tendo todos tido resultado negativo antes de embarcarem.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt