Miguel Campos deu um curso ilegal e estava infetado? Piloto nega, polémica está acesa na Madeira
Uma viagem recente à Madeira do ex-campeão de ralis Miguel Campos, para dar um curso de pilotagem, desencadeou intensa polémica na região. Campos terá prosseguido a sua atividade mesmo tendo testado positivo ao covid-19 - sendo que o próprio nega ter sido disso notificado. Além do mais, o curso decorreu em estradas públicas da ilha sem autorização da PSP.
A história tem vindo a ser contada na imprensa regional, nomeadamente no Diário de Notícias da Madeira. Miguel Campos chegou à Madeira na noite do passado dia 11 e, apesar de dizer ter consigo testes negativos, foi obrigado a fazer um, porque, segundo as autoridades regionais de saúde, o que trazia não era o teste PCR exigido, mas sim testes rápidos antigénio.
O resultado do teste PCR feito à chegada ao Funchal terá dado positivo, mas Campos reclama que nunca foi disso notificado - pelo que continuou a fazer o que tinha planeado, embora sem cumprir o isolamento a que estava obrigado enquanto não recebesse o resultado do teste.
E regressou ao continente estando já, alegadamente, infetado, igualmente sem que as autoridades se apercebessem disso - temendo estas contágio a passageiros e tripulantes.
A RTP-Madeira noticiou no dia 17 que o resultado do teste a Campos tinha dado positivo e o piloto emitiu então um comunicado considerando a notícia "falsa", "caluniosa", "sem fundamento", resultando apenas de "ouvir dizer". A verdade - dizia o piloto nesse comunicado - é que no dia 18 continuava sem "receber ou conhecer" o resultado do teste feito à chegada à Madeira.
O suposto resultado positivo do teste covid-19 a Miguel Campos obrigou as autoridades regionais de saúde a testarem todas as pessoas com quem Miguel Campos tinha estado, nomeadamente num jantar que se seguiu ao curso de pilotagem. Para todos o resultado foi negativo.
Esta história desenvolveu-se em paralelo com uma outra: o curso de pilotagem que Miguel Campos terá decorrido de forma ilegal.
A organização queria que a aula prática de condução que o piloto daria decorresse num arruamento da freguesia da Ribeira Brava - e para isso pediu autorização à PSP.
Só que o parecer foi negativo. Aí a organização terá decidido - à revelia da PSP - por uma via na zona das Quatro Estradas, numa serra limítrofe do Funchal. O curso tinha dez inscritos, cada um tendo pago 250 euros, e isso, associado às despesas com o próprio piloto (honorários, viagens, dormidas, etc) levou a organização a avançar, mesmo à revelia da PSP, segundo conta o Diário de Notícias da Madeira. Agora a PSP prepara-se para multar a organização.