Marinha usa submarino Tridente para vigiar rota de migrantes marroquinos

Está prevista para esta quarta-feira, uma reunião entre altos quadros do SEF, Marinha, GNR e Força Aérea, juntos numa task force para prevenir a imigração ilegal de Marrocos para Portugal.

A Marinha está a usar o submarino Tridente para apoiar o SEF na vigilância da rota de imigração ilegal, por via marítima, de Marrocos para Portugal.

O submarino, com quase 70 metros de comprimento, tem sido um apoio fundamental à investigação do SEF na identificação do trajeto dos migrantes desde El Jadida, até ao Algarve

O submarino, com quase 70 metros de comprimento, tem sido um apoio fundamental à investigação do SEF na identificação do trajeto dos migrantes desde El Jadida até ao Algarve, onde conseguiram chegar, desde dezembro passado, 97 cidadãos marroquinos.

De acordo com a informação disponível na página oficial deste ramo das Forças Armadas, o NRP Tridente, adquirido em 2010, é um dos "​​​​submarinos convencionais mais furtivos do mundo, impossíveis de detetar sem recurso a elevados meios de superfície, munidos de sensores sofisticados de última geração, com operadores muito treinados, em condições ambientais favoráveis".

Questionado sobre os objetivos, locais e resultados das missões atribuídas ao submarino no âmbito desta investigação coordenada pelo SEF, o gabinete do Chefe de Estado-Maior da Armada, Almirante Mendes Calado, confirmou que "têm sido realizadas reuniões de coordenação, no âmbito da investigação em curso no SEF, envolvendo, principalmente, a Autoridade Marítima e a Polícia Marítima".

A porta-voz do ramo assinala que "a Marinha manifestou toda a sua disponibilidade para colaborar com o SEF, no que este serviço de segurança entender necessário". Sobe os meios envolvidos, designadamente, o Tridente, esta fonte oficial não responde.

Conforme o DN noticiou esta terça-feira, está confirmada a nova rota de imigração ilegal a partir de Marrocos para Portugal. A informação, sustentada pela investigação do SEF, foi partilhada há cerca de duas semanas, não só com a GNR e a Marinha, como o DN tinha escrito, mas também com a Força Aérea. Foi criada uma task force e estão todos a colaborar neste processo, a pedido do SEF.

Desde essa altura que têm trabalhado em conjunto para prevenir novos desembarques, contando com um realinhamento da vigilância costeira, por parte da GNR, e marítima, com os navios da Marinha e as aeronaves da Força Aérea.

Fontes desta task force inédita revelaram ao DN que os investigadores do SEF apresentaram mapas e vídeos, filmados por alguns dos migrantes, que possibilitaram fazer uma reconstituição muito completa do trajeto feito desde Marrocos.

Com a ajuda da Marinha toda a rota foi mapeada a pormenor todos os cerca de 700 km de percurso que liga a El Jadida (antiga Mazagão portuguesa) e a costa algarvia.

Com a ajuda da Marinha toda a rota foi mapeada a pormenor todos os cerca de 700 km de percurso que liga a El Jadida (antiga Mazagão portuguesa) e a costa algarvia.

"Está confirmado que todas as seis embarcações que conseguiram chegar à costa portuguesa, no Algarve, partiram do mesmo ponto geográfico, El Jadida, na costa atlântica de Marrocos, e tinham como destino Portugal.

Confirmou-se também que o trajeto é feito diretamente, apenas numa embarcação, e estima-se que demore entre 40 e 50 horas", sublinha uma dessas fontes que acompanham a investigação.

Esta quarta-feira, sete de outubro está marcada uma nova reunião desta equipa especial, onde é esperado que os responsáveis pela investigação do SEF entreguem toda a documentação e imagens já recolhidas para que a GNR e a Marinha possam completar também com os seus contributos.

As filmagens feitas durante a viagem, através dos telemóveis, por alguns dos migrantes, foram analisadas à lupa. "Sempre que era observado algum ponto de referência, na costa ou no mar, como, por exemplo, navios ou outras embarcações, foi feito o cruzamento de dados e com isso confirmou-se a exata localização por onde estavam a passar", explica outro responsável que acompanha a task force, que salienta o trabalho feito com as plataformas da Marinha.

Também as inquirições feitas até ao momento aos migrantes permitiram aos investigadores não ficarem margem para dúvidas em relação à existência desta rota, em particular que a rede de imigração ilegal teve como base a antiga cidade histórica portuguesa.

Atualizado às 20.05h com a resposta da Marinha

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