Marcelo: especialistas defendem "medidas concretas e específicas" para região de Lisboa
O chefe de Estado referiu que "aparentemente" os casos na região da Grande Lisboa afetam sobretudo "uma população que trabalhou sempre, que não confinou muito, e que trabalhou durante o confinamento, como durante os desconfinamentos".
O Presidente da República afirmou que os especialistas defenderam nesta quarta-feira "medidas concretas e específicas" para conter os surtos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, que afetam sobretudo "população que trabalhou sempre e não confinou muito".
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No final da reunião com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, no Infarmed (Lisboa), Marcelo Rebelo de Sousa revelou que o índice de transmissão da doença (o R) está em 1.08 em Portugal e em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) - que tem concentrado a maioria dos novos casos nas últimas semanas - até ligeiramente abaixo do verificado em outras regiões.
O chefe de Estado referiu que "aparentemente" os casos na região de LVT afetam sobretudo "uma população que trabalhou sempre, que não confinou muito, e que trabalhou durante o confinamento, como durante os desconfinamentos".
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"A dúvida que permanece é: já antes de ser testada essa população, havia a realidade da contaminação ou ela é posterior ao período de desconfinamento?", disse, dizendo que serão feitos ainda mais inquéritos no terreno para procurar resposta a questão.
Ainda assim, o Presidente da República revelou que vários especialistas hoje na reunião disseram que era preciso "haver medidas concretas e especificas para áreas geográficas também especificas a haver medidas genéricas", que afetariam muito mais pessoas.
"Como sabem, boa parte das medidas mais significativas que o Governo formalizou ou vai formalizar têm a ver com esta ideia: são medidas concretas, para áreas geográficas precisas", salientou.
Portugal está "longe dos cenários de pré-rutura ou rutura" do SNS
O Presidente da República defendeu ainda que a situação de Portugal no âmbito da pandemia de covid-19 está "longe dos cenários de pré-rutura ou rutura" do Serviço Nacional de Saúde (SNS), verificando-se uma tendência decrescente no número de mortes.
No final da reunião com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, no Infarmed (Lisboa), o chefe de Estado explicou que na "longa reunião de hoje se fez, entre outras, uma reflexão sobre os resultados do desconfinamento, feito em três momentos no país".
"A realidade atual mostra que não se verificou uma subida em termos de óbitos, há uma tendência relativamente estável decrescente; relativamente aos internados, hospitalizados ou internados em cuidados intensivos, existe nos últimos dias, nas últimas semanas, uma ligeira subida numa tendência que é de estabilização da descida, longe dos cenários de pré-rutura ou rutura como aconteceria num cenário de duplicação do numero de infetados por causa dos desconfinamentos", defendeu.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda que foi feita uma análise comparativa com outros países, quer nos efeitos do desconfinamento, quer no número de testes realizados.
"Portugal está no grupo dos cinco países que mais testes realizaram por cem mil habitantes, o que não é indiferente quando se compara o número de infetados", sublinhou.