Ministra da Saúde diz que medidas de contenção serão necessárias até haver vacina

O país tem agora 16 585 pessoas infetadas com o novo coronavírus e regista 504 mortes no total, segundo o boletim da DGS deste sábado. Casos sobem 3,7% em relação de ontem e mortes 7,2%.

Nas últimas 24 horas, morreram mais 34 pessoas em Portugal vitimas da covid-19 e foram confirmados 598 novos casos de infeção. O que faz com que, no total, o país registe agora 504 mortes, 16585 infetados e 277 recuperados, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), deste domingo (12 de abril). "Previsões para o nosso futuro são feitas com uma grande incerteza", assumiu a ministra da Saúde, Marta Temido, durante a conferência diária.

Em domingo de Páscoa - quando os novos casos reportados no país aumentaram 3,7% - a responsável, pela pasta da saúde recordou aos portugueses que "a expetativa de regressar à normalidade vai ter de ser sempre temperada até à descoberta da vacinapor medidas de restrição, de contenção e de prevenção que não podemos, tanto quanto sabemos, eliminar por completo". Acrescentando que: "temos de saber manter aquilo que é a nossa capacidade de desejar o futuro com a necessidade de adaptar a vida normal ao contexto de cada momento".

Estão internados 1177 doentes (mais três do que ontem), 228 encontram-se nos cuidados intensivos (menos cinco). Ou seja, 88% dos doentes estão a ser tratados em casa. Aguardam resultados laboratoriais 3611 pessoas e mais de 25 mil estão em vigilância pelas autoridades de saúde.

Este sábado, tinham sido registados 35 novos óbitos - um crescimento de 8% face ao dia anterior. Hoje esta taxa é de 7,2%. Já a taxa de letalidade nacional encontra-se agora mais alta, nos 3%, "ligeiramente acima daquilo que era a taxa anterior", informou a ministra da Saúde, em conferência de imprensa. Subindo aos 10,9% entre os infetados com mais de 70 anos.

A responsável pela pasta da Saúde indicou ainda que 25 das 34 mortes registadas no último dia dizem respeito a pessoas com mais de 80 anos. Lembrando, no entanto, o cuidado acrescido que o país tem tido com esta população. "Temos tido uma grande preocupação com os grupos mais vulneráveis", disse Marta Temido, quando questionada com as declarações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyne, sobre as restrições aos mais velhos poderem manter-se até ao final do ano.

No boletim da DGS, o norte continua a ser a região que regista mais óbitos e mais casos. São agora 9 747 os infetados e 280 mortes. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo (3 841 e 91 mortes), onde está o município com maior número de doentes - Lisboa (890). A nível regional, está depois, o centro (2 426 e 120 mortes), o Algarve (279 e 9 mortes) e o Alentejo (139 casos, sem registo de óbitos). Nos Açores, há 94 casos e quatro mortes e na Madeira 59 doentes.

Máscaras e testes para todos não chega para voltar à normalidade

Questionada com as declarações do ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em entrevista ao DN, quando este diz "é melhor pôr gente na rua com teste feito e máscara do que manter o país fechado", Marta Temido respondeu: "fosse assim tão simples".

"Infelizmente é bastante mais complexo. Sabemos que um teste negativo hoje não é um teste negativo amanhã e a utilização da máscara só tem alguma eficácia em conjunto com outras medidas como o isolamento social", disse a ministra da Saúde. "O equilíbrio, a ponderação e a introdução de medidas de contenção são a melhor forma de servirmos a população", defendeu Marta Temido.

"É neste equilíbrio que temos trabalhado", diz a responsável pela pasta da Saúde. "Outros países que optaram por visões muito radicais de deixar tudo aberto ou fechar tudo não tiveram tão bons resultados, e tiveram de fazer correcções".

Mais de 1,7 milhões de casos no mundo

Há 1 790 956 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus no mundo inteiro, este domingo, segundo dados oficias, atualizados às 10:58. Registam-se, neste momento, 109 664 mortes e 409 568 recuperados.

Os Estados Unidos da América são o país com o maior número de casos (533 115) e de mortes (20 580). Segue-se Espanha com 166 019 - o segundo país com mais infeções e o terceiro com mais óbitos (16 972, mais 619 nas últimas 24 hortas). A Itália é a segunda nação com mais vitimas mortais (19 468) e 152 271 casos. Portugal aprece neste lista em 15.º lugar,

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos). E acima de tudo: fique em casa.

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre superior a 38º, tosse persistente, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pedem que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou para a unidade de cuidados primários mais próxima.

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