Mais 32 mortes e 643 infetados em Portugal. Casos de covid-19 sobem 3,68%

O país tem agora 18 091 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus e 599 mortes, segundo o boletim da DGS desta quarta-feira.
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Morreram mais 32 pessoas e foram confirmados mais 643 casos de covid-19, em Portugal, nas últimas 24 horas. De acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta quarta-feira (15 de abril), há agora 18 091 casos confirmados da doença, 599 óbitos e 383 recuperados.

Desde o início da semana que a taxa de crescimento de novos doentes tem estado mais baixa que nos dias anteriores, rondando os 3%. Esta quarta-feira, o aumento foi de 3,68%. Em relação ao número de novos óbitos, este aumentou 5,64% em relação a terça-feira.

Segundo a DGS, já recuperaram 383 pessoas, mais 36 do que ontem. Há 1200 doentes internados com covid-19, dos quais 208 nos cuidados intensivos (UCI). São menos 27 pessoas internadas e menos dez em UCI.

A receber tratamento em casa estão 15 909 doentes (87% do total), informou António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, em conferência de imprensa, esta quarta-feira. 6,6% estão internados (1,1% nos cuidados intensivos; 5,5% em enfermaria).

Ainda segundo o secretário de Estado da Saúde, "a percentagem de letalidade em Portugal é de 3,3%, e acima dos 70 anos é de 11,7%".

"Devemos assumir de uma forma responsável que estamos a ter uma curva em planalto, porque é uma consequência do excelente comportamento e do excelente sinal de civismo dos portugueses". "A taxa de mortalidade covid-19 em Portugal é de 5,5 em cada mil habitantes. É uma taxa inferior ao da maioria dos países da Europa, à exceção de Alemanha e Áustria. Mas é uma taxa que é um indicador bom", acrescentou.

O boletim epidemiológico deste dia 15 de abril revela ainda que em Portugal a mortalidade provocada pela covid-19 continua a ser bastante mais elevada na população mais idosa, com 391 óbitos de pessoas com 80 ou mais anos. Ainda não morreu ninguém com idade inferior a 40 anos neste surto do novo coronavírus em Portugal.

A tosse (54%) continua a ser o sintoma mais associado aos casos positivos de Sars-CoV2, seguida de febre (40%) e dores musculares (28%).

Região Norte continua a ser a mais atingida por novos casos

Na distribuição por regiões, continua a ser o Norte a mais afetada, com um total de 10 751 pessoas infetadas, com mais 449 do que ontem. Região que recebeu 45% dos kits de testes de despiste da doença, disse António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa.

Lisboa e Vale do Tejo tem agora 4102 casos de infeção, um aumento de 108.

O Alentejo mantém o mesmo número de casos, 155, enquanto o Algarve regista uma subida de apenas seis casos, para 295, mostrando a contenção do surto a sul do Tejo. Na região Centro, o aumento foi de 80 casos, para um total de 2629.

A nível municipal, o Porto é agora o concelho com maior número de doentes (980). Lisboa, que nos últimos dias ocupava o primeiro lugar desta tabela, tem hoje 962 casos. Segue-se Vila Nova de Gaia (923), de acordo com os dados recolhidos pelo sistema Sinave, que correspondem a 82% do total de infeções confirmadas no país.

Governo pondera desdobrar capacidade de resposta dos lares

Durante a conferência de imprensa, António Lacerda Sales garantiu que os "lares estão a fazer um enorme esforço para separar utentes infetados de não infetados", uma vez que é aconselhado que os doentes que não precisem de cuidados hospitalares continuem a ser tratados na instituição.

"O que estamos a fazer é perceber se os lares se podem desdobrar noutras estruturas locais, para separar doentes covid de doentes não-covid. Depois, resta-lhes cumprir as indicações da DGS quanto aos planos de contingência. E acredito que os lares estão a fazer um enorme esforço para garantir estas situações", referiu o secretário de Estado da Saúde, em resposta a uma pergunta da agência Lusa.

Sobre a mesma questão, Luís Meira, o presidente do conselho diretivo do INEM, quis acrescentar que as Forças Armadas "disponibilizaram - na região da Grande Lisboa - mais de cem camas, em diferentes tipologias, para receber doentes com covid-19".

DGS está a estudar suavização das medidas de contingência

Digo Cruz, sub-diretor geral da Saúde, que não se quis pronunciar sobre a renovação do estado de emergência (que neste momento vigora até 17 de abril), uma vez que o papel da DGS é de aconselhamento, referiu no entanto que a autoridade de saúde está a "estudar quando e como podemos aliviar medidas. Estamos a fazer este trabalho há mais de uma semana. Quando tivermos resultados, informaremos". "O que temos visto é o aplanar da curva, ou seja, que as medidas tomadas foram as adequadas", acrescentou.

Sobre o futuro, "as medidas que vamos tomar daqui para a frente naturalmente vão ser tomadas com os dados que temos. Até ao momento ainda não sabemos se este vírus vai ter mais ou menos ondas, mas é natural que, se tiver outros picos e outras ondas, que medidas de distanciamento possam ter de ser introduzidas e retiradas, consoante haja ou não picos deste vírus", disse Diogo Cruz, em resposta ao DN.

Ultrapassados os dois milhões de casos no mundo

São já 2 014 000, o número de infetados em todo o mundo, segundo os dados oficiais, atualizados às 10:35, desta quarta-feira. Entre estes, morreram 127 592 pessoas e recuperaram 491 824.

O país mais afetado com o surto que surgiu no final do ano passado na China continua a ser os Estados Unidos da América, quer em termos de casos (614 246), quer em termos de vitimas mortais (26 064).

Segue-se Espanha, que no último dia registou mais 523 mortes pelo novo coronavírus (uma diminuição em relação à véspera). No total, o país vizinho soma 177 633 casos confirmados, 18 579 vítimas mortais e 70 850 recuperados. Itália tem 162 488 infetados, mas 21 067 óbitos. Portugal é hoje 16.º país com mais casos no mundo.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos). E acima de tudo: fique em casa.

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre superior a 38º, tosse persistente, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pedem que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou para a unidade de cuidados primários mais próxima.

A covid-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, é uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.

Portugal - para já em estado de emergência até 17 de abril - e onde o primeiro caso foi confirmado em 2 de março, está na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.

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