Mais 32 mortes e 514 infetados por covid-19. Casos sobem 3%
Há mais 32 mortes e 514 casos confirmados de covid-19 em Portugal, segundo o boletim epidemiológico desta terça-feira. Registam-se agora 17 448 casos da doença e 567 óbitos.
É um aumento de quase 6 por cento no número de óbitos (5,9%) e de 3 por cento no número de casos confirmados de covid-19.
Há a registar um total de 347 doentes recuperados e 23 265 pessoas em vigilância pelas autoridades de saúde. São 2474 os casos que aguardam resultado laboratorial.
No total, e desde o dia 1 de janeiro de 2020, Portugal registou 142 514 casos suspeitos e um total de 122 592 casos não confirmados.
Na segunda-feira, registaram-se mais 31 mortes devido à covid-19 e foram confirmados mais 349 novos casos de infeção.
Das mortes registadas, 370 tinham mais de 80 anos, 116 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 56 entre os 60 e os 69 anos, 18 entre os 50 e os 59 anos e sete óbitos na faixa entre os 40 e os 49 anos.
A faixa etária mais afetada pela doença passou a ser a dos 50 aos 59 anos (3.028), logo seguida da faixa dos 40 aos 49 anos (3.005), dos 30 aos 39 anos (2.422) e dos 60 aos 69 anos de idade (2.168).
Nos mais velhos, há 2.638 doentes com idades acima dos 80 anos e 1.626 entre os 70 e os 79 anos.
Há ainda a registar 290 casos de crianças até aos nove anos, 451 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos e entre os 20 e os 29 anos há 1.820 casos.
Globalmente, há em Portugal 10.276 mulheres infetadas pelo novo coronavírus e 7.172 homens.
Segundo o relatório da DGS, 168 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 123 de França, 75 do Reino Unido, 45 da Suíça, 46 dos Emirados Árabes Unidos, 32 Andorra, 29 Itália, 27 Brasil, 20 dos EUA, 18 da Argentina, 17 dos Países Baixos, 15 da Austrália e 10 da Alemanha, além de diversos outros casos distribuídos por dezenas de outros países.
Segundo a DGS, 54% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 41% febre, 28% dores musculares, 26% cefaleia, 23% fraqueza generalizada e 16% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 81% dos casos confirmados.
Na conferência de imprensa habitual que se realiza habitualmente, a Diretora-geral da saúde, Graça Freitas, explicou como são apurados os números diários sobre a doença.
"Só podemos reportar os números que nos são transmitidos de casos confirmados. Há várias fontes possíveis de dados: para efeitos de boletim, é uma declaração médica numa plataforma. Apelo a todos os médicos para que o façam o mais precocemente possível para termos os números mais certos. Outra fonte são os dados laboratoriais. Os óbitos vêm de outra fonte, porque toda a gente que morre em Portugal tem certificado de óbito. Além destas, ainda temos outros métodos que nos dão os números de internados. Dependemos da quantidade de dados mas também do seu dinamismo"
Em Portugal, a maioria dos doentes infetados com covid-19 encontra-se a recuperar em casa, mas 1227 estão em internamento hospital - mais 40 do que ontem, quando eram 1187 e, destes, 218 estão em Unidades de Cuidados Intensivos - contra os 188 registados na segunda-feira.
António Lacerda Sales, Secretário de Estado da Saúde, explicou a subida do número de doentes em UCI.
"Admito que possa haver diariamente um ajuste de números, porque a capacidade dos serviços de UCI [Unidades de Cuidados Intensivos] do SNS é expressiva e dinâmica. O número de doentes em UCI tem oscilado: ontem diminuiu, hoje subiu. Ontem tínhamos taxa de ocupação de 61%, o que queria dizer que estavam abertas 39%. É uma vitória de todos os portugueses sempre que tiramos alguém das UCI", afirmou.
A região Norte continua a ser a que regista maior número de óbitos - 321 - e de casos da doença - 10 302.
A região Centro tem hoje 2549 casos de covid-19 e 131 mortes a registar, enquanto que Lisboa e Vale do Tejo apresenta 3994 casos e 102 óbitos.
No Alentejo e Madeira não há óbitos a registar - há 155 e 59 casos confirmados, respetivamente. O Algarve regista esta terça-feira 289 casos confirmados e 9 óbitos. Nos Açores, há 100 casos de covid-19 e quatro mortes devido à doença.
A "taxa de letalidade entre os maiores de 70 anos é de 11%", disse também António Lacerda Sales, Secretário de Estado da Saúde, durante a conferência de imprensa.
"Portugal realizou mais de 190 mil testes desde 1 de março. A maioria em laboratórios públicos. Estamos a aproximar-nos dos 10 mil testes desde 1 de abril.", acrescentou, referindo que "o aumento de testagem não se traduziu num aumento de casos positivos, o que é um bom indicador. Os tempos de respostas da SNS 24 têm sido otimizados", reforçou.
Os dados da DGS precisam que o concelho do Porto é o que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus (959), seguido de Lisboa (946 casos), Vila Nova de Gaia (884), Matosinhos (768), Gondomar (718), Braga (647), Maia (645), Valongo (507), Ovar (435) e Sintra com 404 casos.
O Ministério da Saúde anunciou ontem que o uso de máscaras se deve estender à comunidade, mas apenas em situações em que tenham necessidade de frequentar espaços fechados.
Passa a ser aconselhado usar máscara em supermercados, farmácias, transportes públicos, etc.
Hoje, na conferência de imprensa, foi anunciado que "mais de 200 empresas já mostraram disponibilidade para fabricar máscaras".
"Há vários tecidos que podem ser utilizados em máscaras, como algodão e poliéster. Quando estiverem disponíveis, daremos essa informação", disse Rui Ivo, presidente do Infarmed.
As autoridades de saúde decidiram "alargar o uso de máscaras a todas as pessoas que permaneçam em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória".
No documento da DGS - possível de consultar no site - é lembrado que o uso de máscaras pela população é sobretudo, um gesto de altruísmo, "já que quem a utiliza não fica mais protegido, contribuindo, isso sim, para a proteção das outras pessoas, quando utilizada como medida de proteção adicional".
O número global de mortes devido à covid-19 chegou perto dos 120.000, e os casos de infeção pelo novo coronavírus já ultrapassa o 1,9 milhão.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, sabe-se que 1.920.985 pessoas em todo o mundo foram infetadas com coronavírus, embora o número total de infeções seja provavelmente maior.
Até agora, 119.687 pessoas morreram devido à doença.
Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos). E acima de tudo: fique em casa.
Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre superior a 38º, tosse persistente, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pedem que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou para a unidade de cuidados primários mais próxima.
A covid-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, é uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.
Portugal, em estado de emergência até 17 de abril e onde o primeiro caso foi confirmado em 02 de março, está na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.