Lacerda Sales avisa que o Governo "não hesitará" em agravar medidas

O secretário de Estado da Saúde assume que número elevado de internamentos e de óbitos estão "dentro do esperado", mas remete para o Conselho de Ministros de sexta-feira a análise sobre a possibilidade de aplicar novas restrições.

António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, garantiu esta segunda-feira, em Leiria, que o elevado número de internamentos e de óbitos registados em Portugal "estão dentro do que era esperado".

"Tivemos na última semana uma curva decrescente, embora com uma incidência alta e um número de mortos elevado, mas era aquilo que esperávamos em função do pico registado no dia 20 de novembro. Esperávamos que, passadas entre duas e as cinco semanas, houvesse um aumento de pressão dos internamentos e um pico da mortalidade, portanto está dentro do previsto", assegurou, não escusando-se a revelar se o Conselho de Ministros, marcado para sexta-feira, pode agravar as restrições tendo em conta estes dados.

"O Governo tem tomado as medidas certas no tempo certo. Se houver necessidade de agravamento, obviamente, não hesitará, mas procurará equilibrar o controlo da pandemia e o bem-estar psicológico dos portugueses", assumiu, acrescentando que "o próximo Conselho de Ministros terá em atenção todo o enquadramento e tomará as medidas mais adequadas, tendo em conta o nível de óbitos, internamentos, mas também o nível da pressão sobre os serviços de saúde".

Assim sendo, a implementação de medidas mais restritivas é "um cenário espectável", mas "dependerá muito do comportamento de cada cidadão". E, nesse sentido, apelou para que no Natal "não se cruzem bolhas, as pessoas estejam em espaços arejados e promovam a proteção dos mais vulneráveis". "O comportamento individual de cada um de nós vai ser decisivo no sucesso coletivo. Não vamos ter um Natal igual aos outros, mas os portugueses vão compreender que vamos ter de nos resguardar para termos outros natais e passagens de ano com as nossas famílias", disse António Lacerda Sales.

Questionado sobre o facto de existirem ventiladores que não estão a ser utilizados pelo Serviço Nacional de Saúde por questões técnicas, Lacerda Sales confirmou que "há cerca de 204 ventiladores nessas condições", mas garantiu que "depois da avaliação que será feita, eles serão entregues aos hospitais". "Estaremos, até ao final do ano, em condições de ter mais de 2100 ventiladores no global", assegurou, admitindo ter havido "dificuldades de aquisição de equipamentos, tal como outros países da Europa".

"Temos feito um esforço no sentido as aquisições chegarem o mais rápido possível a Portugal e, como se pode ver, todos serviços têm respondido. Apesar de taxas de ocupação altas, na ordem dos 80 a 85%, nas unidades de Cuidados Intensivos, o SNS tem respondido com a sua resistência e resiliência", sublinhou.

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