Incêndio de Monchique já fez 36 feridos, um grave, e 299 deslocados
O incêndio de Monchique já fez 36 feridos, dos quais um mantém-se em estado grave (uma idosa que está hospitalizada em Lisboa). 19 são bombeiros que foram afetados pela inalação de fumos e exaustão, referiu Patrícia Gaspar, segunda comandante operacional nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil, no briefing desta manhã de quinta-feira.
De acordo com a responsável, há neste momento 299 deslocados devido ao fogo que começou na passada sexta-feira, dia 3, ao início da tarde. Estas pessoas estão distribuídas por centros de apoio em Portimão, a vila de Monchique e Marmelete (no mesmo concelho), Silves e São Bartolomeu de Messines.
A situação está mais "tranquila esta manhã", afirmou Patrícia Gaspar. "Não podemos falar de frentes ativas. Temos neste momento pontos sensíveis, pequenas áreas onde há chamas", explicou Patrícia Gaspar, que referiu as duas zonas que mais preocupam as autoridades: Fóia e entre São Marcos da Serra e Silves.
A "grande prioridade" é "consolidar" o trabalho já feito, sendo que o "vento é o grande adversário" no combate às chamas, lembrou a responsável da Proteção Civil. Referiu que para esta quinta-feira são esperadas temperaturas entre os 24 e os 26 graus, "uma redução da humidade relativa", sendo que o "vento continua a soprar de norte", com rajadas "de 20 a 25 quilómetros por hora", mas podendo atingir os 50 quilómetros por hora.
No combate às chamas que ainda lavram no sul do país, Patrícia Gaspar afirmou que se continua a implementar a estratégia "assente no trabalho de maquinaria pesada". "As máquinas de rasto têm feito um trabalho fundamental".
No terreno estão 1400 operacionais, 469 meios terrestres e dois meios aéreos. Há ainda um helicóptero de reconhecimento e um meio aéreo de vigilância, que "transmite em direto imagens para o posto de comando".
Questionada sobre críticas relativas as evacuações nas zonas populacionais, que já fizeram quase 300 deslocados, a responsável pela Proteção Civil voltou a sublinhar que "a proteção da vida e a segurança das pessoas" é a prioridade das autoridades. "Temos noção de que é um momento de grande stress, de algum pânico para as pessoas", reconheceu. Reiterou que é, no entanto, "fundamental" que as pessoas sigam as indicações das autoridades.
A Proteção Civil foca-se, agora, em garantir "a máxima e uma permanente monitorização" em todo o perímetro, devido à possibilidade de novas reativações, disse Patrícia Gaspar.
O perímetro do incêndio que na passada sexta-feira deflagrou em Monchique, no Algarve, já ultrapassa os 100 quilómetros.
Com Lusa.