Graça Freitas: "Não adiem a vacinação. Já temos uma epidemia, não precisamos de outro surto"

E à sétima semana de quarentena, o alerta surge da diretora-geral da Saúde: "Não deixem de vacinar as vossas crianças; grávidas façam a vossa vacinação; doentes crónicos também. É fundamental para a vossa proteção, pela saúde de todos e pelo futuro".
Publicado a
Atualizado a

Não foi um balanço sobre a situação epidemiológica do país em relação à covid-19 que a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, fez hoje na conferência de Imprensa com os jornalistas. Foi mais um alerta de saúde pública, uma mensagem aos pais e a todos os portugueses, sobre o que pode vir aí durante ou já depois da covid-19. "Há outras doenças de elevada infecciosidade, como o sarampo, papeira, meningites que não podem ser descuradas".

Os alarmes soaram junto da DGS quando alguns centros de saúde começaram a registar que havia pais e adultos que estavam a protelar e a adiar a vacinação dos filhos e deles próprios, para não se deslocarem às unidades de saúde familiar devido à covid-19. No entanto, tal atitude, e como frisou Graça Freitas, é um erro, sublinhando: "Já temos uma epidemia, o que menos queremos é outro surto de outra doença infecciosa".

A diretora-geral lembrou que as unidades de saúde primárias estão a funcionar precisamente para este tipo de atividade, a qual está a ser feita com toda a segurança e num circuito diferente dos doentes com covid. "Não adiem, pela vossa proteção, pela saúde de todos e pelo nosso futuro", referiu.

A primeira coisa a fazer é consultar o plano de vacinação individual ou no site da DGS ou no boletim individual. E se algumas das vacinas, nomeadamente a tríplice (sarampo, papeira, tosse convulsa), a dos vários tipos de meningite, da rubéola, do tétano, estiver em falta "ligue para a sua unidade de saúde e agende a vacinação. Se não for possível, vá presencialmente à unidade e faça a vacinação"..

Alerta para crianças, grávidas e doentes crónicos

Este foi o alerta e o conselho deixado esta manhã pela diretora-geral da Saúde, que se dirigiu a três grupos de risco muito específicos: às crianças em fase de vacinação, sobretudo as que estão na faixa etária até aos 12 meses, às grávidas e aos doentes crónicos.

"Recomendamos vivamente a vacina nas idades mais importantes, sendo que a prioridade vai para a vacinação nos primeiros 12 meses de vida, e que confere precocemente a prevenção de 11 doenças", como sarampo, papeira, tosse convulsa, rubéola, tipos de meningites graves, etc.

Graça Freitas referiu mesmo: "Todos sabemos como o sarampo é uma doença traiçoeira e há surtos neste momento em outros países da Europa. Por isso, é fundamental que as vossas crianças sejam vacinadas".

A Unicef já veio relembrar que, no mundo, pode haver 117 milhões de crianças em 37 países que não estão imunes à doença.

O Brasil entrou em 2020 com vários casos de sarampo. As autoridades de saúde de São Paulo têm estado preocupadas com a situação. Até agora, davam conta da existência de 400 casos na região, segundo várias notícias publicadas em vários órgãos de comunicação social nacionais.

O sarampo, e como está explicado no site da DGS, é doença infecciosa e de elevada contagiosidade, e, que, embora, seja benigna para a maioria dos casos, pode ser letal em alguns. É das doenças que não se consegue erradicar do mundo, mas que tem sido controlada, nomeadamente em Portugal, através da vacinação.

Em Portugal, já em janeiro a DGS alertava para a importância da vacinação devido à existência de vários surtos em alguns países da Europa,. Por isso, no seu site, justificava a importância da vacinação para quem fosse viajar para os países com casos de doença, com o facto de em anos anteriores, 93% dos casos tere estado associados a asos importados.

Até agora, Portugal tem tido conseguido um elevado nível de vacinação contra esta doença, mais de 98%, em crianças até aos dois anos, e até de 96% e 98%, até aos 18 anos.

No entanto, todos os anos o País regista a doença. No ano passado, o número de casos quase que quintuplicou relativamente a anos anteriores, segundo dados oficiais, passando para 162 situações.

Meningites e BCG

Outra doença grave e que mereceu também o alerta da de Graça Freitas é a meningite e as suas formas graves, para as quais é possível a prevenção através da vacinação nos primeiros meses de vida. A diretora-geral relembrou que esta vacina não pode deixar de ser feita ou ser adiada.

A vacina da BCG, que agora é indicada apenas para crianças de risco, foi igualmente referida neste apelo de Graça Freitas. "O médico ou o enfermeiro que se aperceba de uma criança nestas situações deve encaminhá-la para a vacinação".

O segundo grupo referido pela diretora-geral é o das grávidas. Graça Freitas alertou que estas devem fazer a a vacinação para a tosse convulsa até às 28 semanas pois desta forma estão a proteger os seus bebés nos primeiros meses de vida.

Por fim, os doentes crónicos, que também devem beneficiar da vacinação de acordo com as suas patologias e idades. "Devem vacinar-se".

A diretora-geral lançou o alerta. Os centros de saúde estão precisamente a funcionar para este tipo de ​​​​​​​atividade programada, considerada prioridade para a prevenção de mais doenças.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt