Governo aceita demissão do diretor de centro de formação da GNR em Portalegre

Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, confirmou esta terça-feira a exoneração do diretor do centro de formação de Portalegre da GNR após denúncias de uso de violência durante um exercício, o que já motivou a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público
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O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou esta terça-feira que "foi aceite o pedido de exoneração" do diretor do centro de formação de Portalegre da GNR, na sequência das denúncias de uso de violência durante um exercício, o que já motivou a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público (MP).

"Não é admissível a demora na facultação de factos relevantes", justificou Cabrita, que se mostrou "desagradavelmente surpreendido" com o que teve conhecimento em declarações aos jornalistas durante uma cerimónia de entrega de 47 viaturas ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, na Batalha.

Eduardo Cabrita avançou ainda que "a GNR facultará à investigação, quer do Ministério Público quer da IGAI (Inspeção Geral da Administração Interna), todas as imagens que são sempre realizadas nas ações de formação para que tudo possa ser adequadamente esclarecido", aguardando a conclusão dos inquéritos em curso.

"Neste momento, devemos aguardar pelas conclusões sem nos precipitarmos. Está a decorrer o inquérito que determinei, elaborado pela Inspeção-geral da Administração Interna. Está a decorrer a averiguação interna pela GNR. O fundamental é apurarmos a totalidade da natureza dos factos. Antes de ter quer a informação definitiva prestada pela GNR, quer os resultados do inquérito da IGAI, não me quero pronunciar". "As imagens que estão a passar são históricas, não são do curso em causa. O que garantimos é que as imagens reais, da ação que está a ser objeto de averiguação, essas serão disponibilizadas", frisou.

Recorde-se que cerca de uma dezena de formandos do 40.º curso do Centro de Formação da GNR, em Portalegre, terão sofrido graves lesões e traumatismos durante o chamado curso de bastão extensível, que obrigaram em alguns casos a internamento hospital e intervenções cirúrgicas.

"Red Man" - "homem vermelho" -, assim apelidam o agressor e formador da GNR. Este ter-se-á apresentado com luvas de boxe, chumaços, caneleiras e capacete protetor, para lutar com os recrutas, que se encontravam sem proteção, vestidos à civil e apenas com um bastão de plástico revestido a esponja ou borracha na mão.

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