"Como é que vou fazer para pagar as contas?". Finanças só com marcação

Com o fim do estado de emergência, há mais pessoas na rua e muitas delas a tentar resolver questões pendentes. Atendimento por só marcação nas finanças condiciona resposta
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Portugal começou hoje a dar os primeiros passos para o desconfinamento com a abertura de algum pequeno comércio e também já com mais gente nas ruas, uma vez que a passagem de estado de emergência para estado de calamidade o isolamento domiciliário passa a ser um dever cívico (como votar) para quem não está infetado com covid-19 e em vigilância ativa: ou seja há agora muito menos restrições à circulação de pessoas.

Esse regresso dos portugueses à rua também é notado através da procura de alguns serviços públicos que começam a voltar à atividade e de outros que nunca estiveram totalmente fechados, mas praticaram horários mais reduzidos, como é o caso de postos de correio e bancos.

Em Lisboa, na repartição de Benfica 5, como se lê num aviso colado à porta gradeada, o atendimento é feito por marcação através do número 217206707, mas as chamadas têm sido cortadas "devido ao elevado tráfego". Helena Silva, 76 anos, reformada, foi uma das pessoas que se deslocou ao local na esperança de ser atendida, mas não conseguiu cumprir o objetivo de pagar o IMI de umas propriedades que herdou do marido.

"Está tudo fechado. Como é que agora vou fazer para pagar as coisas? As funcionárias estão lá dentro sem fazer nada. Mais valia que fizessem como nos correios que têm a porta aberta e as pessoas esperam na rua, mas acabam por ser atendidas", reclama, reconhecendo que não sabia da necessidade de fazer marcação.

Sorte diferente teve uma outra utente, que não quis revelar o seu nome. Fez a marcação na sexta-feira e hoje deslocou-se ao local. Não chegou a entrar no espaço, tendo sido atendida à porta através das grades.

Já nos bancos e correios, durante manhã assistiu-se à formação de longas filas, mas embora a um ritmo mais lento o atendimento foi sendo realizado.

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