Evolução da curva da epidemia em Portugal "depende de cada um de nós"

Portugal entrou na fase exponencial da epidemia, aproximam-se tempos difíceis, mas a situação poderá ser atenuada se o comportamento de cada cidadão for o adequado. "É absolutamente essencial que se respeite o isolamento"

A ministra da Saúde e a diretora-geral da Saúde lançaram esta tarde vários alertas à população portuguesa para que se possa travar ao máximo a curva ascendente da epidemia. Se não mudarmos comportamentos os comportamentos registados até agora os profissionais de saúde e o próprio SNS não aguentarão.

Na conferência de imprensa diária com os jornalistas, Marta Temido avisou que a epidemia entrou na fase exponencial. Portugal registou mais 59 casos nas últimas 24 horas, registando um total de 169 casos positivos. Há 19 doentes em cuidados intensivos e já alguns a serem tratados no domicílio.

A ministra explicou que neste momento os casos que estão a chegar já não são todos encaminhados pela Linha de SNS24, havendo já alguns que estão a entrar pelas urgências. Por isso, neste momento, os casos começarão a ser avaliados ficando em cuidado hospitalar as situações que assim o exigirem. As que se manifestarem de forma ligeira serão tratadas no domicílio.

Marta Temido referiu ainda que estão a estudar a forma de poder haver testes que possam ser feitos também no domicílio, para evitar que mais pessoas se desloquem aos serviços de saúde. Uma das preocupações agora é a forma como o SNS vai ou não conseguir dar resposta ao pico da epidemia.

A ministra sublinhou mesmo que é preciso salvaguardar os profissionais de saúde. Por isso mesmo, vão ser implementadas uma série de medidas já a partir de segunda-feira, como o alargamento do uso de material de proteção individual a mais profissionais, para que "quem está na linha da frente dos cuidados nos hospitais e em outras unidades de saúde se sinta protegido na sua atuação".

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, na mesma conferência de imprensa lançou também três apelos, dirigindo-os aos familiares de idosos, sobretudo os que se encontram a viver em lares, para que respeitem as indicações de cada uma das instituições. "É claro que aquelas pessoas não vão ser abandonadas, mas é preciso protegê-las". E uma forma de se fazer isso "é restringido as visitas", evitando que alguém possa ser portador do vírus.

O segundo apelo foi também para os pais com filhos que habitualmente ficam com os avós. Recordando que nesta fase é absolutamente necessário que os pais fiquem em casa com os filhos, não recorrendo aos avós pois eles são o verdadeiro grupo de risco.

O terceiro apelo vai para os jovens e para os adultos em idade ativa. Quanto aos jovens Graça Freitas foi clara ao explicar que o país não adotou por "um isolamento obrigatório. Os jovens podem sair de casa, mas é preciso que saibam que se forem infetados poderão ter uma reação ligeira ao vírus, mas poderão ser os causadores da morte de um avô, de um tio avô ou de outro familiar com mais idade. Portanto, reforçava, é preciso que pensem nesta situação.

Aos adultos trabalhadores é preciso que percebam que se tiverem sintomas devem informar de imediato a entidade empregadora e abster-se de ir ao trabalho.

Neste sábado, Portugal registado 1704 casos suspeitos com 169 positivos, estando a aguardar resultado laboratorial 126 pessoas. Em vigilância estão 5011 pessoas.

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