Doentes em lista de espera encaminhados para outros hospitais do país
É uma medida para combater as listas de espera para consultas e cirurgias. O Ministério da Saúde deu instruções às administrações regionais de saúde para efetuarem uma redistribuição por hospitais do país dos doentes que aguardam por consulta ou cirurgia há mais de um ano. Com este passo, avança o jornal Expresso, a partir de agora 120 mil pessoas podem ser convocadas para comparecer num hospital onde não são utentes para a consulta ou a cirurgia, o que pode implicar deslocações de centenas de quilómetros. O objetivo do Ministério da Saúde é tentar que no final do ano nenhum destes inscritos continue sem atendimento.
De acordo com o que foi avançado pelo Expresso , a medida abrange 99 mil doentes para a primeira consulta de especialidades hospitalares e 21 mil com indicação cirúrgica. Estes números correspondem a uma parte reduzida do total de inscritos em lista de espera - equivalem a 15% dos que aguardam atendimento e 8,8% operação.
Segundo o ministério, é um "penso rápido" que será concretizado no âmbito de "um plano de ação a curto prazo". Está ainda prevista a autorização para os hospitais avançarem com "o reforço da atividade assistencial com recurso a produção adicional". Significa isto que podem avançar com o pagamento suplementar às equipas que deem resposta aos 120 mil doentes identificados. A remuneração será por ato, o que a torna mais atrativa do que o trabalho extraordinário, refere o semanário.
Ouvido pelo Expresso, Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, diz que o plano poderá não ter eficácia. "Vai ser muito difícil conseguir recuperar as listas de espera sem que o setor público seja reforçado, por exemplo, em recursos humanos", afirmou. Este dirigente explicou que as pessoas na lista de espera têm poucos recursos e as viagens longas não são atraentes. "Tivemos uma experiência para transferir doentes que estavam em espera no Hospital de Vila Real para o Porto e a maioria não quis porque não tinha como pagar as viagens."