Detido do bairro da Jamaica sai em liberdade
Hortênsio Coxi, o único detido na sequência do episódio de violência entre agentes da PSP do Seixal e moradores do bairro da Jamaica, no domingo, saiu em liberdade depois de ter sido ouvido durante a manhã em tribunal. Foi constituído arguido e vai responder pelo crime de crime de resistência e coacção sobre funcionário.
À porta do tribunal, o jovem contou com o apoio da família e da associação SOS Racismo, que já apresentou queixa relativamente à atuação da polícia, no caso que levou à detenção de Hortênsio.
Um de sete irmãos, o pai Fernando Coxi diz que a família é um exemplo no bairro. A polícia terá sido chamada ao bairro por caude de "uma desordem entre duas mulheres". Ora segundo explicou Fernando Coxi ao DN, seria a sua filha e outra rapariga que estavam a discutir. Hortêncio foi defender a irmã e acabou a empurrar a outra rapariga que estava a discutir. Esta terá chamado a polícia.
Foi aí que surgiu o problema. Segundo a PSP, um grupo de homens reagiu à intervenção dos agentes quando estes chegaram ao local, atirando pedras. Deste confronto resultaram cinco feridos ligeiros, cinco civis e um agente. Hortênsio Coxi acabou detido.
A atuação dos agentes foi filmada e a SOS Racismo classifica como "absolutamente injustificáveis e inaceitáveis" as agressões registadas.
Por isso, a família quer que sejam tiradas consequências da atuação da polícia. E garante que a embaixada de Angola está a seguir o caso. A própria PSP revelou no domingo que abriu um inquérito à intervenção policial.
Fernando Coxi sublinha que há 20 anos que mora no bairro da Jamaica, e garante que é "um bairro bom de gente boa".