As vítimas de covid-19 têm mais de 80 anos e são doentes. Mas "não é nenhuma fatalidade ser idoso", diz DGS

A diretora-geral da Saúde afirmou que a mediana de idades das vítimas mortais é de 85 anos nas mulheres e nos homens é de 80 anos. Mas Graça Freitas fez questão de dizer: que "não é nenhuma fatalidade ter doenças e ser idoso". Até porque há muitos que recuperaram
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Em Portugal, a pandemia de covid-19 já fez 246 mortes, das quais 37 ocorreram nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta sexta-feira (3 de abril).

Com mais de 80 anos e já doente. É este o perfil da maioria das vítimas mortais do novo coronavírus em Portugal, segundo os dados revelados, esta sexta-feira, pela diretora-geral da Saúde. Graça Freitas fez, no entanto, questão de dizer que "não é nenhuma fatalidade ter doenças e ser idoso". É um "aumento do risco". Até porque há muitos doentes nesta faixa etária e com comorbilidades que já recuperaram.

Numa altura em que país regista 9886 casos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais 1058 estão internados - 245 nos cuidados intensivos -, Graça Freitas, divulgou que "entre a data de início de sintomas e a data em que o óbito ocorreu", há, em média "oito dias de distância".

Em apenas uma semana o estado de saúde destas pessoas agrava-se, "estavam no hospital, depois foram para unidades de cuidados intensivos e eventualmente terão sido ventiladas", referiu Graça Freitas.

A mediana das idades dos óbitos nas mulheres é de 85 anos e nos homens é de 80 anos, detalhou a diretora-geral da Saúde. "Isto está de acordo com a literatura", garantiu.

"Não é nenhuma fatalidade ter doenças e ser idoso"

"Também sabemos que a maior parte destas pessoas, além do fator idade, tem várias doenças. A maior parte delas tem até três doenças. Outras têm uma, outras duas e algumas não sabemos se tinham ou não doenças", explicou a diretora-geral.

E as doenças mais frequentes são cardiocirculatórias, diabetes, respiratórias, doença renal crónica, neoplasias e cerebrovasculares.

"Num conjunto destas doenças é que uma determinada pessoa tem maior ou menor risco de ter um desfecho negativo", acrescentou a responsável da DGS.

Graça Freitas quis, no entanto, deixar uma informação de esperança para esta franja da população mais frágil ao "dizer que muitos idosos com mais de 80 anos e com mais de três doenças recuperaram, felizmente, e tiveram alta". "A taxa de letalidade nos idosos não é, nem de perto nem de longe, de 100%. Está abaixo dos 10%", fez questão de mencionar.

"Não é nenhuma fatalidade ter doenças e ser idoso", assegura a diretora-geral da Saúde.Trata-se apenas de "um aumento do risco".

De referir que, até esta sexta-feira, foram identificadas 9886 pessoas infetadas com o novo coronavírus no nosso país. 246 pessoas já morreram e 68 doentes conseguiram recuperar, informa o boletim epidemiológico mais recente da DGS.

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