A GNR terá tido conhecimento dos incidentes de violência na sua escola de Portalegre, pelo menos, a 13 de novembro, poucos dias depois de as alegadas agressões terem ocorrido (segundo o Jornal de Notícias, entre 1 de outubro e e 9 de novembro)..No entanto, nessa data limitou-se a abrir um simples um processo de averiguação individual, a cada um dos 10 formandos feridos, um procedimento que, segundo a Associação de Profissionais da Guarda (APG) "é normal e obrigatório, em casos de acidente em serviço, quando os militares se magoam"..Fontes que estão a acompanhar processo garantiram ao DN que o próprio ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, manifestou o seu desagrado pela situação ao comandante-geral da GNR, Botelho Miguel. Terá sido mesmo por pressão do ministro que o comandante da Escola foi exonerado.Para o presidente da APG, César Nogueira, "quando a Guarda tomou conhecimento deveria ter informado. A GNR é um órgão de polícia criminal, é uma autoridade, e por isso tem uma responsabilidade acrescida"..Estes 10 formandos do 40º curso de guardas terão sofrido graves lesões e traumatismos durante o módulo "curso de bastão extensível", que obrigaram em alguns casos a internamento hospitalar e a intervenções cirúrgicas..Depois de as imagens terem sido publicamente divulgadas, esta segunda-feira, o comando-geral da GNR veio dizer que já tinha mandado averiguar, mas, afinal apenas no âmbito daquele procedimento individual. Questionado pelo DN sobre porque não tinha instaurado inquéritos disciplinares e criminais, o comando-geral não quis prestar declarações..No domingo, o Ministério da Administração (MAI) Interna ordenou à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito sobre o alegado espancamento. Segundo o MAI, este inquérito visa o "apuramento dos factos e determinação de responsabilidade" sobre o caso, que a confirmarem-se "não são toleráveis numa força de segurança num Estado de Direito democrático"..Já o Ministério Público anunciou hoje que abriu inquérito de natureza criminal para investigar o alegado espancamento de dez formandos da GNR em treinos num curso em Portalegre..O presidente da Associação de Profissionais da Guarda disse esperar que estas diligências tenham consequências caso se dê como provada a ocorrência de agressões que "acredita terem existido tendo em conta os relatos".."Que se tire consequências e que a GNR transmita aos dispositivos para que isto não volte a ocorrer", frisou esperando que este seja um caso isolado.