Agosto. Só 5 das 21 mortes por covid a Norte não foram em lar de luxo no Porto

ARS Norte confirma 16 mortes entre as 48 pessoas (29 utentes e 19 profissionais) que testaram positivo no surto ligado à Residência Montepio no Porto. Lar diz que apesar de "tudo ter feito" para evitar a propagação do novo coronavírus, "não foi possível" evitar o contágio.
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Um surto de covid-19 que terá sido detetado a 29 de julho na Residência Montepio, no Porto, já causou a morte a 16 pessoas, confirmou a Administração Regional de Saúde (ARS) do norte ao DN.

Feitas as contas, e segundo os dados divulgados diariamente pelo Boletim Epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), significa que, das 21 mortes registadas na região norte em agosto, só cinco não estiveram relacionadas com o lar.

Tendo em conta que a última informação sobre o surto tinha sido publicada no dia 10 de agosto pela agência Lusa e não havia registo de vítimas mortais nessa altura, só uma das 17 mortes registadas a norte desde então não está ligada a este lar.

O surto envolveu até ao momento 48 pessoas, das quais 29 utentes e 19 profissionais, confirmou ao DN a ARS Norte. Há ainda três pessoas internadas, no Hospital de Santo António, no Porto, não sendo claro se continua a haver casos ativos ou não no lar na Rua do Breiner.

A Residências Montepio disse entretanto que, apesar de "tudo ter feito" para evitar a propagação do novo coronavírus, "não foi possível" evitar o contágio no lar do Porto, que resultou na morte de 16 residentes, que lá permaneciam "há mais de cinco anos".

Segundo a Residência Montepio, os 16 utentes apresentavam "várias comorbilidades", tais como, doenças cardiovasculares, patologias respiratórias crónicas, diabetes e elevado nível de dependência.

O jornal Público, na sua edição desta terça-feira, revelava a existência dos 16 mortes ligadas ao lar, falando numa taxa de letalidade de 55% - no lar de Reguengos de Monsaraz, que tanta polémica causou, a taxa de letalidade foi de 20%.

"Percentagem considerada baixa, atendendo à média de idades dos residentes -- 90 anos", lê-se na missiva.

A instituição garante também ter enviado, periodicamente, informações atualizadas sobre a situação em causa à direção clínica do Centro Hospitalar do Porto e à Unidade de Saúde do Porto.

Quanto aos colaboradores que testaram positivo para a covid-19, a Residências Montepio avança que sete já se encontram recuperados e seis já retomaram funções, salientando que "nenhum colaborador foi hospitalizado".

"Todas as medidas de prevenção por contágio estão a ser continuamente implementadas e reforçadas na Residência Montepio Porto Breiner, assim como nas demais unidades residenciais", conclui a missiva.

A 4 de agosto, a agência Lusa, citando a ARS Norte, falava em 44 pessoas infetadas neste foco (não se falava então em surto), tendo sido internadas quatro. A mesma fonte indicava então que "foram testados" todos os utentes e profissionais do lar, num total de "225 pessoas (109 utentes e 116 profissionais)". Os responsáveis do lar indicavam na altura que tinham conseguido isolar a cadeia de contágio.

Uma semana depois, a mesma agência indicava que o número de casos positivos tinha subido para 46, e os internados eram já dez. A ARS Norte reiterava então que "o surto está controlado e a ser acompanhado pelas autoridades de saúde". Não havia registo de mortes.

(Notícia atualizada às 18.30 com o comunicado das Residências Montepio)

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