CUF aceita utentes da ADSE mas espera por nova tabela de preços
Os hospitais CUF vão continuar a atender os utentes da ADSE de acordo com o regime em vigor, mesmo depois do dia 12 de abril, data para a qual estava marcado o início da suspensão ao atendimento.
A decisão foi anunciada esta tarde em comunicado pelo Grupo José de Mello Saúde, que decidiu interromper a suspensão que tinha decretado a 11 de fevereiro, por não aceitar a tabela de novos preços para dispositivos médicos proposta pelo sistema.
"Apesar das diferenças que ainda separam ambas as entidades, a José de Mello Saúde reconhece o empenho que o Conselho Diretivo da ADSE e as suas tutelas têm colocado no progresso destas conversações. A José de Mello Saúde tem colaborado ativamente na construção dos critérios que permitam funcionar num regime de equilíbrio e previsibilidade até à introdução de uma nova tabela", refere o comunicado.
Ou seja, as unidades da CUF continuarão a receber os utentes de acordo com o regime ainda em vigor até haver novo acordo de preços, o que esperam que aconteça até junho.
As negociações entre o sistema de saúde dos funcionários do Estado e os hospitais privados foram retomadas e a CUF acredita ser possível chegar a um acordo que entre em vigor dentro de três meses. "A não denúncia das convenções nesta data assenta na fundada expectativa de que a nova tabela entre em vigor no curto prazo", refere o grupo em comunicado.
No mesmo sublinha ainda que: "Apesar das diferenças que ainda separam ambas as entidades, a José de Mello Saúde reconhece o empenho que o Conselho Diretivo da ADSE e as suas tutelas têm colocado no progresso destas conversações. A José de Mello Saúde tem colaborado ativamente na construção dos critérios que permitam funcionar num regime de equilíbrio e previsibilidade até à introdução de uma nova tabela."
Isto já que a ADSE confirmou que irá apresentar, ainda durante este mês, uma proposta de nova tabela, " removendo a imprevisibilidade e eliminando a regra das regularizações."
O Grupo José de Mello Saúde tem a expectativa que esta nova tabela "tenha em consideração a sustentabilidade de
todas as partes e contemple a futura correção monetária pela inflação que se vier justificar. Só com a adoção destes princípios será possível assegurar os superiores interesses dos beneficiários, garantindo-lhes acesso a cuidados de saúde com elevados padrões de qualidade e segurança, consistentes com a medicina atual."
O DN contactou ainda o grupo Luz Saúde, que tinha decretado também a suspensão da convenção a partir do dia 15 de abril, mas foi-nos dito que ainda não havia qualquer decisão, mantendo-se tudo na mesma.
Da parte dos Lusíadas Saúde, que não avançou com qualquer data de suspensão, por estar a negociar com ADSE, foi referido também que se mantinha a posição divulgada no último comunicado. "O Grupo Lusíadas garante que vai assegurar o adequado acompanhamento e tratamento aos Clientes da ADSE que se encontrem a ser assistidos nas Unidades do Grupo."
Recorde-se que este braço de ferro entre privados e o sistema de saúde do Estado surge depois de a ADSE lhes ter exigido 38,8 milhões de euros que o Governo entende que foram recebidos em excesso nos anos de 2015 e 2016. Em causa, alega a ADSE, estão desvios significativos de preço entre os diferentes prestadores de serviços de saúde que mantêm uma convenção para cuidados aos beneficiários deste subsistema de saúde com base numa tabela de preços, revista em junho passado.