Borba. Reforçada drenagem de água de pedreira
Proteção Civil diz que está também prevista a análise do relevo do fundo da pedreira, com a utilização de um sonar
As operações na pedreira de Borba onde há ainda três pessoas dadas como desaparecidas vão incidir esta terça-feira no reforço da drenagem de água com a instalação de mais motobombas, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.
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De acordo com a mesma fonte, está também prevista, para o dia de hoje, a análise do relevo do fundo da pedreira por parte de equipas da Marinha e do Instituto Hidrográfico, com a utilização de um sonar.
A água, que é encaminhada para uma ribeira limítrofe, está a ser retirada da pedreira mais profunda, com um plano de água maior, que se encontra "em suspensão de lavra" (sem atividade) e onde as autoridades procuram, pelo menos, três desaparecidos, que seguiam em duas viaturas automóveis no momento da derrocada da estrada.
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No total, estão hoje no local, ao nono dia de buscas, mais de 60 operacionais, 31 veículos e um barco, indicou à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora.
Por enquanto, segundo a mesma fonte, mantêm-se suspensas as operações com mergulhadores.
O deslizamento de um grande volume de terra na estrada 255 entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, provocou a deslocação de uma quantidade significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra para o interior de duas pedreiras contíguas no dia 19 deste mês, às 15:45.
O acidente, segundo a Proteção Civil, provocou a morte de dois trabalhadores da empresa de extração de mármores da pedreira que se encontrava ativa, o maquinista e o auxiliar de uma retroescavadora, cujos corpo já foram recuperados.
Na pedreira profunda, contígua, mais próxima da estrada onde estão concentradas agora as operações e para onde se suspeita terem sido arrastados os dois veículos e três pessoas, a "acessibilidade de veículos e de equipamentos" é "muito limitada", segundo a Proteção Civil.
"Por um lado, é uma pedreira mais profunda e sem atividade há algum tempo. É um plano de água de maior dimensão e que também comporta alguns riscos", explicou anteriormente o comandante distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Évora, José Ribeiro.
"Não esperamos grandes desenvolvimentos, porque esta concentração do trabalho que estamos a fazer na drenagem vai levar exatamente algum tempo", frisou, referindo-se aos próximos dias.
Segundo José Ribeiro, as autoridades desconhecem ainda a localização das duas viaturas que foram arrastadas para esta pedreira na sequência do colapso da estrada.
O corpo da segunda vítima mortal foi retirado no sábado à noite (cerca das 22:00) da pedreira que se encontrava ativa.
O primeiro trabalhador foi resgatado sem vida da mesma pedreira no dia seguinte ao acidente.
O Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente, que é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação penal (DIAP) de Évora, e duas equipas da Polícia Judiciária estão a proceder a averiguações, incluindo uma do Laboratório de Polícia Científica.
O Governo pediu uma inspeção urgente ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba.