Mais 20 mortes de covid-19 em Portugal. Viseiras não substituem máscaras
Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais 20 pessoas (um aumento de 1,9% em relação a ontem) e foram confirmados mais 242 casos de covid-19 (mais 0,96%). Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta segunda-feira (2 de maio), há agora no país 25524 infetados, 1712 recuperados e 1063 vítimas mortais. "É preciso continuar a manter a transmissão do vírus completamente fechada", disse, com estes números à frente, o secretário de estado da Saúde, António Lacerda Sales, em conferência de imprensa.
O apelo é para que todos os portugueses continuem a respeitar as indicações das autoridades de saúde, que permaneçam em casa, sempre que possível, e que respeitem as normas de distanciamento e de higiene. O uso de máscara é agora obrigatório nos transportes públicos, em espaços fechados e reduzidos. E esta é preferível à viseira, que pode não conseguir prevenir o contágio pelas vias respiratória, como explicou a Diretora-Geral da Saúde, esta segunda-feira.
A pedido do DN, durante a habitual conferência de imprensa, no ministério da Saúde, a diretora-geral da Saúde explicou a diferença na utilização de máscaras e de viseiras. As primeiras deverão ter um uso mais generalizado do que as segundas, sendo que mesmo quando uma pessoa está a utilizar viseira não deve deixar de colocar uma máscara. Nem um, nem outro objetivo dispensam as regras de higiene e de distanciamento social.
"A viseira não é um método que dispense utilização de uma máscara. Protege muito bem os olhos e o nariz, mas já não protege muito bem de espirros, porque é aberta em baixo", sublinhou Graça Freitas.
A diretora-geral da Saúde explicou ainda que a máscara "deve cobrir a boca e o nariz e não deve ser manuseada". Desinfetar as mãos antes e depois da colocação é importante também.
O boletim da DGS desta segunda-feira refere que estão internadas 813 pessoas (menos 43 que no domingo), destas 143 encontram-se nos cuidados intensivos (menos uma). A ser tratadas em casa estão 85,9% dos doentes com covid-19. Aguardam resultados laboratoriais 2760 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 25 mil.
A taxa de letalidade do país é agora de 4,2%, sendo que a maioria das vitimas mortais diz respeito a pessoas com mais de 70 anos. Idade em que a taxa de letalidade é de 14,9%. Continua sem se registar nenhuma morte antes dos 40 anos. E o índice de mortalidade é idêntico entre homens (525) e mulheres (538), sendo que há mais casos de infeções entre o sexo feminino (59,1% dos infetados).
A distribuição dos casos por regiões não apresenta surpresas no boletim desta segunda-feira. O Norte continua a ser a região do país com maior número de infetados desde o início do surto (15 141 e 609 vitimas mortais). Depois, a região de Lisboa e Vale do Tejo (6136, 218). Pelo contrário, o Alentejo (que continua a registar apenas uma morte e 218 casos) e a Madeira (única região onde não há óbitos declarados e que tem 86 casos) são os territórios onde surgem menos confirmações de covid-19.
Já o município com maior número de casos é o de Lisboa (1567 - mais 89 que no dia anterior). Seguido de Vila Nova de Gaia (1418) e do Porto (1258).
Ainda durante a conferência de imprensa no ministério da Saúde, o secretário de estado António Lacerda Sales atualizou o número de testes realizados em Portugal para despistar o novo coronavírus. Desde 1 de março, foram feitos cerca de 450 mil exames. O último dia de abril foi quando se realizaram mais testes: 16 200. Números que devem deixar "todos satisfeitos", segundo o governante, uma vez que Portugal encontra-se entre os países da União Europeia que mais exames faz proporcionalmente.
No domingo, dia em que o país registou um dos menores aumentos do número de casos, tendo sido notificados 92, foram realizados 5500 testes, declarou António Lacerda Sales, em resposta ao DN. No sábado, tinham sido 10 400 e na sexta-feira (feriado) 12 500.
Quanto aos sintomas apresentados pelos infetados, a tosse continua a ser o principal (registada em 44% dos casos confirmados). A seguir, a febre (31%) e dores musculares (22%), de acordo com o boletim da DGS, que Graça Freitas - diretora-geral da Saúde - assume como "o mais próximo da realidade que é possível".
"O boletim de hoje reflete não só melhor a realidade à data de hoje como alguma dificuldade que houve na coleta dos dados durante o fim de semana. Neste momento o boletim é o mais próximo da realidade que é possível", disse Graça Freitas.
O estado de emergência terminou este sábado, passados 45 dias, dando lugar ao estado de calamidade e a uma suavização das medidas de contenção. A obrigação de ficar em casa foi substituída pelo dever cívico de o continuar a fazer; com exceção para as pessoas contaminadas com covid, que não podem mesmo sair do domicílio.
O pequeno comércio abre as portas e as escolas preparam o regresso dos alunos do 11.º e do 12.º anos. Tudo isto, sem comprometer as medidas de higiene e de distanciamento social, as únicas armas para combater o novo coronavírus, para o qual ainda não existe uma vacina ou um tratamento especifico.
A partir desta segunda-feira, passa a ser possível voltar a ir a uma loja de roupa, ao cabeleireiro, a uma livraria ou à biblioteca. Os stands automóveis também reabrem as portas, tal como as delegações das finanças e praticar desporto ao ar livre é de novo permitido, inclusive no mar, desde que o faça sozinho. Os ajuntamentos com mais de dez pessoas continuam proibidos e em espaços fechados há uma lotação máxima permitida de cinco pessoas por cada 100m2.
Passa ainda a ser obrigatória o uso da máscara comunitária nos espaços comerciais e nos transportes públicos (nestes últimos, o incumprimento está sujeito a multa), bem como em recintos fechados. Quando os alunos do 11.º e 12.º anos voltarem à escola - o que está previsto para 18 de maio (segunda fase de três do plano de desconfinamento) - também serão obrigados a usar máscaras.
O novo coronavírus já infetou 3 582 886 pessoas no mundo inteiro, até esta segunda-feira às 10:33, segundo dados oficiais. Morreram 248 567 e há 1 160 120 recuperados.
Os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (1 188 826) e de mortes (68 606). Seguidos de Espanha, a segunda nação com mais infetados (218 mil) e a quarta com mais vitimas mortais (25 428). Nas últimas 24 horas, o país registou mais 164 mortos, número que confirma a tendência decrescente deste indicador na última semana.
Itália é o terceiro país com mais casos (210 717) e o segundo com mais óbitos (28 884). Seguem-se o Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, Turquia e o Brasil, todos com mais de cem mil casos. Portugal surge em 20.º lugar nesta tabela.