Na passada segunda-feira reunimos pela primeira vez o nosso Conselho Estratégico. Não é um detalhe, a Caixa Agrícola de Torres Vedras orgulha-se de ser a primeira a incluir nos seus órgãos um conselho consultivo. Os trabalhos decorreram durante todo o dia e, confesso-vos sem pudor, dei comigo a pensar que tem valido a pena o caminho feito.Não é um Conselho Estratégico qualquer. São pessoas com um percurso de topo, a maioria com carreiras que não têm ligação direta com o cooperativismo, mas com a intuição de que o sistema financeiro ganhará se olhar de outra forma para o nosso modelo de negócio. Num mundo volátil o cooperativismo é uma prova viva de segurança, previsibilidade, proximidade e expetativa. Tem sido um ano extraordinário, talvez o melhor da nossa história de 110 anos. E neste mais de um século vários gigantes nos chamaram anões, mas o certo é que os dinossauros se extinguiram ao contrário de outros seres, mais pequenos, que sobreviveram por terem na sua identidade uma matriz que os protegeu das tempestades.O nosso Conselho Estratégico enche-me de satisfação. Porque nenhum dos elementos que o compõe aceitaria estar nele integrado sem a garantia de que estamos na vanguarda de uma ação e de um pensamento cooperativista. Ver Maria Celeste Hagatong, ex-presidente do Banco de Fomento Português e uma das primeiras mulheres a ocupar lugares de liderança no sistema financeiro, ao lado de João Costa Pinto, ex-Vice-Governador do BdP e ex-presidente da Caixa Central – observá-los sabendo que uma parte da história, até da relação com o Oriente, passou por eles.Ver Luis Campos e Cunha, também ex vice-governador do BDP e ex-ministro das Finanças e o primeiro a denunciar que o rei Sócrates ia nu. Perceber com orgulho que a jovem e talentosa empresária Mariana Santos ouviu com interesse e humildade António Saraiva, o para sempre patrão dos patrões. Agradecer interiormente que figuras com influência, como o CEO da Ernst & Young, Miguel Farinha ou Sandra Mateus, Senior Industry Advistor da Microsoft, fizeram questão de ficar até ao fim dos trabalhos. Como fez Manuel Bio, presidente do Grupo Abegoaria, um dos maiores grupos de produção e comercialização de vinho. Ou Susana Santos, figura grande do El Corte Inglês. Ou Pedro Rebelo de Sousa, mestre dos mestres de governance. Ou Isabelle Oliveira, professora na Sorbonne, ou Joaquim Ferreira, professor imensamente citado, médico de referência e ideólogo do Campus Neurológico Sénior, projeto extraordinário que enche de orgulho Torres Vedras . Ou Elvira Fortunato, a nossa eterna candidata ao Nobel e Prémio Pessoa. Ou Duarte Pitta Ferraz, um dos profissionais em Portugal que mais sabe de banca. Ou Jorge Rebelo de Almeida, fundador e presidente do império hoteleiro Vila Galé.E António José dos Santos, Presidente emérito da Caixa Agrícola de Torres. A pessoa com quem mais aprendi e a que não teve dúvidas de que o caminho do cooperativismo passava por esta ideia de pensar, redefinir e atacar o futuro com esperança, convicção e um projeto de futuro. Esta semana deixou-me feliz e reconfortado. Por isso, quis partilhar consigo que aqui me vai lendo que os bojadores são sempre uma boa esperança se não desistirmos das nossas convicções e da tal ideia de bem.Presidente da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedrasmanuel.guerreiro@ccamtv.pt