Uma mudança que já começou

Publicado a

As eleições autárquicas de 2025 deixaram claro que Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer para romper com as amarras que o mantêm preso à alternância de sempre. Apesar de sinais de desgaste nos partidos tradicionais, há ainda demasiadas regiões que não conseguem dar o salto e fazer a mudança acontecer. A força da inércia, o peso da dependência e o medo de contrariar o poder instalado continuam a travar o progresso local e a desmotivar quem quer fazer diferente.

Contudo, estas eleições mostraram também que o vento começa, finalmente, a mudar. O CHEGA, que há apenas quatro anos dava os primeiros passos no poder local, afirmou-se agora como uma força política real no território. Passou de 19 vereadores em 2021 para 134 em 2025, elegendo três presidentes de Câmara Municipal, no Entroncamento, em Albufeira e em São Vicente e conquistando 1947 autarcas em todo o país. São números que representam um crescimento inequívoco, fruto de trabalho, proximidade e convicção.

O CHEGA implantou-se no poder autárquico, demonstrou responsabilidade e mostrou que é possível construir alternativas sólidas à política dos favores e dos lugares. A fasquia era alta, ambicionava certamente mais, mas o caminho faz-se passo a passo. O que antes era um projeto emergente é hoje uma estrutura consolidada, presente em praticamente todos os concelhos do país e com equipas preparadas para assumir responsabilidades locais.

Em apenas dois ciclos eleitorais, o CHEGA tornou-se uma grande força política nacional, ultrapassando barreiras e preconceitos. Isto mostra que o povo português está a perder o medo, está a ganhar voz e começa a confiar em quem fala com verdade, sem calculismos, sem máscaras e sem dependências de aparelhos partidários.

Mas também é verdade que nem tudo correu como devia. Assistimos a situações inaceitáveis que não podem passar em branco. Em Lisboa, no voto antecipado, houve boletins sem o quadrado correspondente ao CHEGA. Em Darque, no distrito de Viana do Castelo, desapareceram votos, quinze, para sermos exatos de uma mesa de voto. Coincidências? Pouco provável. Estes episódios, isolados ou não, revelam a fragilidade de um sistema que devia ser exemplo de transparência e rigor democrático. É por isso que exigimos uma revisão séria dos procedimentos eleitorais, para que o voto de cada cidadão conte e seja respeitado.

Ainda assim, os portugueses deram um sinal claro: querem mudança. E essa mudança não se faz em dias, faz-se com persistência, com trabalho e com verdade. Em cada freguesia, em cada assembleia municipal, em cada câmara, o CHEGA está agora mais forte e mais preparado para representar o que verdadeiramente importa, as pessoas.

O caminho para 2029 começa hoje. E se há algo que estas eleições provaram é que o CHEGA já não é apenas um movimento de protesto é uma força de governação. Em Viana do Castelo e em todo o Alto Minho, sentiu-se o reforço da estrutura, a união das equipas e o compromisso de quem acredita no futuro.

Com humildade, mas também com coragem, assumimos a responsabilidade de ser a voz daqueles que há muito estavam esquecidos. Portugal começa a acordar. E quando o povo desperta, não há sistema que o cale.

Economista e deputado à Assembleia da República

Diário de Notícias
www.dn.pt