Uma, duas distopias para 2025, assim, de repente!

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Como é que se pode dizer “isto está a mudar”, sem se dizer exactamente isso, para dizer que, de facto, isto está a mudar? Na sexta-feira, na Conferência/Comemoração dos 15 anos do Observatório Político, sobre Inteligência Artificial, à segunda que ouvi “período/processo de transição”, inclinei-me para o parceiro do lado e disse, “em transição desde 1970”!

Ou seja, já mudou. Tudo e da transição passámos para o suspenso e todos com essa percepção, de que em algum momento a vida fica em suspenso, a aguardar pela próxima mentira que nos faça voltar a acreditar!

A distopia raulesca que propomos, parte de um outro debate muito vivo, o qual integro na Rádio Voz da América, com Ana Guedes e Rui Neumann. O Rui disse na última gravação: “As perdas russas e iranianas poderão virar o olhar destes países para África”! O Raúl pensou: “Pois claro, a perda de Tartus e Latakya pelos russos na Síria, vai obriga-los a procurar ‘novas águas quentes’ para se instalarem. Se a dupla PR/PM no Senegal levarem avante as propostas apresentadas em campanha eleitoral e para a revisão constitucional, o Senegal alinhará com Mali, Burquina e Níger, fortalecendo a Aliança dos Estados do Sahel (AES), dando-lhes acesso ao mar, disponibilizando também esta costa, para o aliado russo da AES! A chave, uma vez mais, será o caminho tomado pelo Senegal em 2025.”

Distópico? Sem dúvida, o “Atlântico do Senegal é naturalmente NATO”! Mas, acrescentemos-lhe outro ângulo, assim a despropósito! A NATO mantém inúmeras reservas quanto aos contactos e aproximação entre Angola e China. Sabe-se que chineses buscam em África uma base naval (a construir), para reparação/manutenção dos seus submarinos. Ter um submarino chinês no Atlântico Sul, é perder-lhe o rasto em direcção ao norte! Distópico? Está tudo em suspenso e quem nos poderá salvar? Um português!

João Gomes Cravinho, pois claro, recentemente empossado enquanto Representante Especial da UE para o Sahel. Porquê?

Porque o conhecimento que leva de fora para dentro, só poderá acrescentar para uma percepção holística entre europeus e africanos da necessidade de combate preventivo imediato, à crescente influência russa na região, mais ambições chinesas! O “realismo Cravinho” certamente vislumbrará um “ajuste da saia operacional NATO. Acima do joelho da bota italiana, será preciso remendá-la até à linha do Equador”, assumir o Atlântico Norte na plenitude, “reforçar o satélite” entre o Mediterrâneo e o Golfo da Guiné. Esta será a distopia possível, capaz de anular as anteriores!

Votos de Feliz Natal a Todos/as! 

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