"Sinto-me satisfeito na minha relação conjugal?"

Esta é uma pergunta que muitas pessoas evitam fazer a si mesmas. Porque fazê-la pode conduzir a uma resposta hesitante ou até mesmo negativa... com tudo o que isso implica. Assim, muitos optam por não se questionarem e deixarem o tempo ir passando, como se a passagem do tempo, por si só, resolvesse e tornasse gratificantes as relações que não o são.

Sabemos que não existem receitas mágicas que façam as relações amorosas funcionar e, ainda, que as relações de casal assentam em diversos pilares fundamentais que já aqui descrevemos, nomeadamente, a partilha, a expressão de afetos positivos, o respeito, a tolerância, a flexibilidade e a aceitação, potenciando uma comunicação mais saudável e uma mais adequada gestão dos conflitos. Sabemos ainda que alguns comportamentos são particularmente destrutivos das relações de casal, com especial destaque para a crítica destrutiva, os muros de silêncio, a elevada defensividade e o desprezo.

Hoje, desafio o leitor a questionar-se sobre o grau de satisfação que sente na sua relação conjugal. Não se trata de um teste com um resultado final positivo ou negativo, mas apenas de algumas questões que visam potenciar a reflexão e, se necessário, um plano de ação e mudança. É imprescindível que responda para si mesmo de uma forma totalmente honesta.

Sente-se emocionalmente próximo do seu parceiro?
Sente-se feliz nesta relação?
Sente abertura para que possam expressar um ao outro tudo aquilo que pensam e sentem?
Sente que escuta e que é escutado?
Sente-se bem com a forma e frequência com que conversam?
Conseguem resolver os problemas de uma forma construtiva?
Amam-se e demonstram-no um ao outro de alguma forma?
Confiam um no outro?
Admiram-se mutuamente?
Sente-se satisfeito com a forma como vivenciam a vossa sexualidade?
Sente-se satisfeito com a forma como se relacionam com as vossas famílias de origem e amigos?
Gostam dos interesses e hábitos um do outro?
Sente-se satisfeito com a privacidade e autonomia que tem nesta relação?
Quando pensa no futuro, imagina-se nesta relação?

Sabemos que são perguntas incisivas, talvez até incómodas para muitas pessoas. Mas são perguntas necessárias, que permitem olhar para a relação conjugal de uma forma mais atenta, tornando conscientes eventuais aspetos aos quais podemos prestar menos atenção.

Se esta reflexão o deixou incomodado e desconfortável, significa que há algo que deve ser feito para melhorar a sua relação conjugal e a forma como se sente na mesma. Conversem e peçam ajuda especializada, se necessário for. Um processo de terapia de casal não dá amor, é certo, mas pode ajudar em tantos outros aspetos.

Psicóloga clínica e forense, terapeuta familiar e de casal

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