O resultado do oportunismo político

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A realização de Eleições Legislativas antecipadas, consequência da insensatez socialista, que troca a estabilidade governativa, pela tentativa de agarrar o poder, veio perturbar o normal calendário democrático, impactando negativamente a preparação das Eleições Autárquicas.

Este atropelo à previsibilidade eleitoral reflete não apenas a fragilidade de uma democracia que não sabe existir sem maiorias absolutas, mas também a sede de protagonismo que alguns agentes políticos ambicionam, tanto à esquerda, como à extrema-direita.

Mas mais importante, não interpreta o sentimento de indisponibilidade eleitoral dos portugueses: é que, com estas eleições antecipadas, serão três as vezes que os eleitores irão às urnas em menos de um ano. Este facto poderá potenciar a abstenção, prejudicando a ambicionada clarificação eleitoral.

Para além das implicações políticas, este cenário de instabilidade também pode comprometer a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nas autarquias. O PRR representa uma oportunidade única para modernizar infraestruturas, reforçar a habitação acessível e melhorar a mobilidade urbana, aspetos fundamentais para as cidades.

No entanto, a incerteza gerada pelas sucessivas crises políticas e a falta de coordenação eficaz por parte do anterior Governo socialista dificultaram a aplicação eficiente destes fundos, e agora que, fruto do trabalho do Governo social-democrata, estávamos a recuperar desse atraso, o PS volta a comprometer.

E se as cidades podem ser prejudicadas, é aqui que a liderança de Carlos Moedas demonstra que Lisboa merece uma governação estável, focada nos problemas reais da cidade, governando com visão e competência, colocando os interesses dos lisboetas acima da desestabilização socialista.

É que a antecipação das Legislativas apenas favoreceu a confusão e o aproveitamento político da esquerda, retirando foco às questões fundamentais para os lisboetas. Enquanto Carlos Moedas apresenta um projeto sério e consolidado para a cidade, Alexandra Leitão surge como uma candidata sem clareza de propósito, dividida entre duas aparentes ambições políticas - candidata à Câmara Municipal de Lisboa e simultaneamente à Assembleia da República - revela uma falta de compromisso com a cidade.

Como podem os lisboetas confiar num projeto autárquico liderado por alguém que já demonstra não estar plenamente dedicada à missão de governar Lisboa? Esta estratégia socialista não só enfraquece a credibilidade da candidatura, como evidencia a dificuldade do PS em encontrar líderes verdadeiramente comprometidos com a capital.

Fica assim a ideia de que a candidatura do PS à Câmara de Lisboa, não tem propósito de serviço aos lisboetas, mas sim garantir que o PS não perde por falta de comparência, num sinal claro de oportunismo político, cujo resultado será a rejeição categórica pelos lisboetas.

Presidente da Concelhia do PSD em Lisboa

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