O longo inverno socialista
Durante os primeiros anos de um longo inverno socialista, Lisboa conheceu uma única grande obra: a mudança de trânsito na Avenida da Liberdade, alegadamente para reduzir as emissões de CO2, no eixo mais poluído da capital.
Gastaram-se milhões.
Hoje, é já evidente que a única redução que teve lugar foi a da qualidade de vida dos Lisboetas, com o aumento de trânsito, a diminuição da velocidade de circulação e… o aumento da poluição. Provocado, precisamente, pelo congestionamento permanente do tráfego naquela via central da cidade.
Esse inverno, que os Lisboetas se recusaram a prolongar nas autárquicas de 2021, foi aquele dos cartazes apregoando 14 centros de Saúde. Que não existiam e ainda hoje não existem. E comprovando assim a principal diferença entre a propaganda do PS e as divulgações associadas ao cumprimento do mandato de Carlos Moedas.
Ou seja, entre os socialistas que prometem e não cumprem e a coligação ‘Novos Tempos’, que divulga a obra executada e cumprida.
Anuncia a entrega de habitações a famílias que foram desamparadas durante o longo Inverno Socialista, mas que agora, e obedecendo ao “Mantra de Moedas”, nenhum lisboeta fica para trás, todos têm oportunidade de procurar uma vida mais estável.
Faz propaganda às obras em curso do Programa Geral de Drenagem de Lisboa, obedecendo ao “Mantra de Moedas”, de que pensar cidade é antecipar soluções para evitar as tragédias do futuro.
E até faz publicidade aos bons resultados obtidos com a Jornada Mundial da Juventude.
Lembra-se?
Aquele evento que a poucos meses da chegada de Sua Santidade o Papa Francisco, tinha tudo por fazer e ninguém se queria responsabilizar, já que a única coisa que o Comissário contratado a peso de ouro pelo governo (o tal Zé – José Sá Fernandes – que só fez falta ao Inverno Socialista), tinha para apresentar era a proposta da construção de um palco (com custos milionários).
Quando os socialistas começaram a assobiar para o lado, foi Carlos Moedas que corajosamente assumiu esse projeto, que havia sido irresponsavelmente abandonado pelo Inverno Socialista e que todos disseram que ia fracassar.
Sim, Moedas até conseguiu reduzir os custos do palco e a obra faraónica que o Zé queria. Curioso é que agora até tentam vender que a ideia do palco foi de Carlos Moedas, quando foi do Zé, que Carlos Moedas teve de pôr na ordem (a bem da decência moral).
A visão do PS sobre o trabalho e as ideias deles, é um pouco como se D. Afonso Henriques tivesse sido Socialista e depois da conquista de Lisboa tivesse olhado para Almada e dito que Lisboa precisava de uma ponte para chegar à outra margem.
Se a ponte só foi construída uns séculos depois, isso para o PS seria irrelevante. Era a prova de que tinha apenas sido concretizada uma obra que eles já tinham idealizado.
E a divulgação do que está feito é importante, até para o exemplo, que para o PS é o mais difícil de aceitar na boa governação: o Plano de Saúde 65+.
Queixa-se o PS que se gastou imenso na publicidade.
Ora, deixo aqui uma pergunta: se não se fizesse publicidade, como é que as pessoas sabiam que existia o programa e como saberiam como se inscrever?
Ao PS nada disso interessa. O que interessa é o número político cego.
Mas há heranças sim senhora. Uma delas é a dívida que nos deixou o PS por uma multa por violação grosseira, com o caso RussiaGate. Aquele em que o PS partilhou ilegalmente com a embaixada da Rússia os dados dos manifestantes que se organizaram em protesto contra... a Rússia. E que se veio a descobrir que no passado era prática comum (a Venezuela, país que deve muito aos direitos humanos, foi outro exemplo).
E agora é só a ponta do icebergue, já que estão vários processos individuais a correr nos tribunais e que poderão resultar em muitas mais multas.
É uma dívida de que o PS não se quer responsabilizar e que os devia envergonhar. Exceto a socialista Ana Gomes que foi fazer aquele comentário obsceno na conta do “X” de Carlos Moedas.
Essas atitudes é que são ética Republicana certamente... e que devem orgulhar este PS.
Termino com mais dois exemplos: um do Socialismo Imobilizador e outro do Socialismo de Gaveta.
Ao longo dos últimos anos o PS deixou degradar um espaço de excelência na cidade de Lisboa: o Centro de Ténis de Monsanto.
Sem soluções e sem dinamização pública, aquele espaço, que deveria estar a servir milhares de Lisboetas, foi sendo arruinado pelo imobilismo socialista.
E agora, quando Carlos Moedas apresenta uma proposta de concessão, já que é reconhecido que nada foi feito, o PS bloqueia.
Porque se calhar o PS quer ver o local ainda mais degradado, só pelo ódio à iniciativa privada.
Ou então porque se calhar querem colocar lá o Hotel Social que os socialistas não aceitam na Freguesia de Santa Maria Maior.
Quando são os próprios socialistas a recusarem um projeto de apoio social a pessoas em situação de sem-abrigo, está tudo dito.
Até o Socialismo os socialistas, meteram na gaveta...
Em 2021 os lisboetas decidiram que Moedas deveria governar em minoria. Mas também decidiram que o PS não devia governar… nem em minoria.
Só mesmo o PS é que não percebeu isso.
Mas em 2025 os lisboetas vão-lhes explicar.
Presidente da Junta de Freguesia da Estrela