Mãos ao ar

Publicado a

Depois da operação policial que teve lugar no Martim Moniz, assistimos a uma manifestação de indignação contra essa mesma ação policial.

E não se permita o engodo hipócrita de que a manifestação não era contra ninguém. É mentira. A manifestação encabeçada por Alexandra Leitão e pelo PS, foi mesmo contra a PSP.

Aliás, Alexandra Leitão foi categórica ao afirmar que a polícia de proximidade, a videovigilância e a iluminação pública, são as formas de combater a insegurança e “não operações que não têm outra função senão desviar a atenção dos problemas dos portugueses”.

Ou seja, Alexandra Leitão é contra esta ação da PSP.

Não porque tenha tido lugar violência policial, mas porque os cidadãos que foram alvo de revista eram, na sua maioria, imigrantes. Talvez, só talvez, porque naquela zona da cidade residam ou trabalhem mesmo muitos imigrantes.

Isto porque nunca se lhe ouviu indignação quando ocorrem estas ações regulares da PSP em bairros municipais por este país fora.

Mas foi no Martim Moniz.

Um local sinalizado como inseguro pelo próprio presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior. Num ano, só na Rua do Benformoso, tiveram lugar mais de 50 ocorrências violentas reportadas à PSP.

Os moradores, onde se incluem imigrantes, sentem que não estão em segurança. Já toda a gente esqueceu o incêndio dramático que ceifou a vida de imigrantes explorados que se empilhavam numa loja a que chamavam de casa?

Os jovens timorenses que dormiam ao relento, depois de terem sido enganados por bandos que traficam trabalhadores?

Aliás, já em setembro de 2021, ocorreu uma batalha campal, que, de acordo com a PSP, tinha na origem uma disputa religiosa na comunidade - um conflito sobre a discórdia pela eleição de um novo líder religioso.

Por isso não vale a pena rasgarem agora as vestes. Fica-lhes mal.

A PSP pede videovigilância para aquele local da cidade e os residentes, portugueses e estrangeiros, pedem paz e segurança.

E a rixa e esfaqueamentos que tiveram lugar naquele local no dia após a manifestação dá-lhes razão.

Foi a PSP que acorreu ao local, foi à PSP que as vítimas e os residentes pediram socorro. Não foi aos que desfilaram na véspera.

Todos esperamos que as forças de segurança façam o seu trabalho. Que quem explora, engana, trafica, agride e mata, seja detido. E foi esse trabalho que a PSP fez e com certeza continuará a fazer, seja no Martim Moniz ou em outros locais da cidade.

“Mãos ao ar” não é uma expressão para violentar alguém, é uma expressão que os agentes da PSP utilizam para garantir a sua própria segurança. Porque quando abordam alguém não sabem se se trata de um cidadão responsável ou de um bandido, que tentará alcançar uma arma para os ferir.

Ao olhar para esta manifestação, lembrou-me a rábula do gato fedorento da claque de seminaristas. Até teriam graça, se o que defendem não fosse perigoso para a segurança de todos nós.

A Sociedade tem de garantir todas as condições para que as forças de segurança atuem sem terem de “dar a própria vida se preciso for”. Ponto final.

Deputado do PSD

Diário de Notícias
www.dn.pt