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Partido Socialista e Livre juntam-se para candidatar Ana Mendes Godinho à Câmara Municipal de Sintra. Com o discurso do “não podemos ter regressos nem retrocessos”. Então, por favor, que o PS não se candidate, porque será o regresso do retrocesso puro e duro. O que fez Basílio Horta na mais de uma década à frente dessa câmara? E o que fez Ana Mendes Godinho como ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social? Os resultados desastrosos do país comprovam-no: não foram os maiores exemplos de competência.

Aliás, quem mais fez por Sintra nos últimos anos foi a empresa Monte da Lua. Na apresentação da candidatura, com o apêndice Rui Tavares colado ao PS como uma lapa, mantêm a mesma postura típica a que este partido já nos habituou: as promessas. Vão tirar do bolso dez mil casas até 2030. Embora a legislatura acabe em 2029, dão aquela folgazinha típica de um ano para, quando não cumprirem, poderem dizer: mas o prazo só acaba para o ano. Quantas vezes o PS fez isso? Quantas casas construíram nestes anos em que estiveram à frente do poder? Também prometem mais transportes. Comboios com intervalos de dez minutos (mas nem uma palavra sobre a insegurança que se sente). Mais autocarros. Acabar com as portagens. Obras nas casas de quem quer arrendar a preços acessíveis. Mais 200 casas para médicos e enfermeiros para o hospital que Basílio Horta levou anos a prometer e finalmente vai inaugurar. Mais seis mil lugares de creche gratuita. Ou seja, o El Dorado socialista. Não dizem de onde tirarão dinheiro para todas essas obras e projectos. Mas que prometem, isso, sem dúvida.

Obviamente atacaram o Chega no discurso de apresentação, porque Rita Matias, a candidata autárquica deste partido, está em primeiro lugar nas sondagens. Não é de admirar, a votação nas legislativas dando-lhe a vitória assustou os socialistas. Que não aprenderam absolutamente nada com os resultados das últimas eleições: cometem os mesmos erros, com as mesmas pessoas, mesmas políticas, mesmas promessas. Perderam o comboio e não perceberam.

Professora auxiliar da Universidade Autónoma de Lisboa e investigadora (do CIDEHUS).

Escreve sem aplicação do novo Acordo Ortográfico

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