A economia chinesa baseava-se no período pré-revolucionário num modelo de especialização primária, tendo o campesinato desempenhado um papel crucial na revolução de 1949.No período revolucionário, Mao Tsé-Tung chegou a advogar a conciliação de interesses entre o Partido Comunista Chinês - PCC e a pequena e média burguesia, tendo ocorrido a estatização da economia chinesa no período compreendido entre 1949 e 1954.De uma fase de aplicação de um modelo de especialização essencialmente primária passou-se a um modelo de substituição de importações (1954-1959), com a emergência de um sector dito de industrial de base, tendo este último período coincidido com uma fase de forte influência soviética.Tratou-se do que se designou de “Política do Grande Salto em Frente”, da qual resultaram milhões de mortos por causa da fome, tendo muitos pequenos proprietários agrícolas sido executados e constatando-se, já no final da década de 50, que os resultados económicos obtidos se tinham apresentado mais negativos do que positivos.Em 1960, os conselheiros soviéticos foram convidados a abandonar a China, tendo-se começado a adoptar uma política de industrialização diferente da soviética, mais assente em combinações trabalho-intensivas ou de tipo intermédio.Entretanto, no período de 1966 a 76, surgiu a “Revolução cultural Chinesa”, liderada por Mao Tsé-Tung e pela sua mulher, criando-se um movimento que pretendia “purificar” o Partido Comunista de todos os rivais do Presidente Mao, mobilizando-se jovens da dita Guarda Vermelha que atacavam intelectuais e professores, dando lugar a muitas perseguições, tendo o “processo radical” que emergiu levado a uma situação para-catastrófica.Com a morte de Mao foram aprisionados os líderes do chamado “Bando dos Quatro”, tendo sucedido a Mao Hua Guofend.Em 1978, Deng Xiao Ping passa a líder de facto da China, muito embora não tivesse chegado a ser, formalmente, nem Presidente da China nem responsável máximo do PCC.A China, que já tinha passado por um modelo de especialização primária e por um modelo de substituição de importações (bem como por uma tímida tentativa de modelo particularizante de industrialização, herdeiro de uma fase de substituição de importações) entra num novo período de Abertura Económica.Desde logo, passa a haver alguma redução do controle governamental sobre a vida dos cidadãos, com a dissolução das comunas populares.Inicia-se a transição de uma economia de Direcção-Central para uma economia mista, que Deng Xiao Ping designava de “socialismo de mercado” ou de “economia de dois sistemas” (tendo, também, sido designada de “economia com características chinesas”).A economia chinesa foi aberta ao IDE- Investimento Directo Estrangeiro, tendo passado a existir empresas privadas chinesas e tendo, mais tarde, em 1982, sido aprovada uma nova Constituição.Já na década de 90, Zemin liderou o país, tendo mantido uma taxa de crescimento anual de 11,2% e retirado da pobreza cerca de 150 milhões de habitantes das zonas rurais.Registaram-se, entretanto, consequências ambientais e ao nível das desigualdades entre as áreas urbanas e rurais e tal levaria a que o PCC passasse a atribuir relevância a uma política de cooperação virada para o interior, designada de “inward looking conception of cooperation”.Em pouco tempo, a China passará de um modelo de especialização primária a um modelo de substituição de importações e, finalmente, a um modelo de especialização industrial, com abertura ao exterior e com a adesão, em 2001, à OMC - Organização Mundial do Comércio.Mas, só depois da chegada ao poder de Xi Jinping, em 2013, se passou para um modelo de especialização industrial e de tentativa de diversificação de serviços, em larga medida por via da aquisição de grandes empresas em países ocidentais.Digamos que grande parte da transformação da economia chinesa se começou a operar com Deng Xiao Ping, o qual, todavia, não conseguiu aprofundar a Revolução Económica que efectivou com uma verdadeira Revolução Política, uma vez que a China é, ainda hoje em dia, uma das mais iníquas ditaduras existentes, muito embora seja considerada uma grande potência.A verdade, contudo, é que tem um PIBpc de 29,3% do da UE, uma riqueza líquida inferior à da UE e está confrontada com uma forte crise no sector habitacional, bem como no sector da construção, o que tem vindo a debilitar o sector financeiro chinês.E só é um país forte e GRANDIOSO aquele que não teme a LIBERDADE e a TOLERÂNCIA.Nem mais, nem menos… Economista e professor universitárioEscreve sem aplicação do novo Acordo Ortográfico