Do Apagão ao Natal: 2025 em flashes!

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Chega aquela altura do ano em que, quase por ritual, olhamos para trás e tentamos arrumar em memória o que nos aconteceu. É verdade que ainda só agora entrámos no derradeiro mês, aquele que nos oferece três dias de descanso e um dilúvio de convites para festas, jantares e convívios, com ou sem a vigilância da senhora D. Constança. Mas nada disso impede uma breve visita a este ano que, dentro de semanas, nos deixará.

Em janeiro, o Presidente Marcelo anunciou a data das Eleições Presidenciais, tema a que ainda voltaremos, marcando-as para 18 de janeiro, com a inevitável segunda volta reservada para 8 de fevereiro. Lá fora, a Polónia assumiu a Presidência do Conselho Europeu e Bulgária e Roménia concretizaram finalmente a entrada no espaço Schengen (que fez 40 anos de assinatura), com o consequente fim das fronteiras internas com esses Estados.

Fevereiro trouxe mais uma escalada de tensão no Médio Oriente, com Israel a enviar tanques para a Cisjordânia e a lançar ataques na Síria e no Líbano. Foi também o mês da tragédia aérea no Rio Potomac, nos Estados Unidos, que vitimou 67 pessoas. Em Brasília realizou-se a XIV Cimeira Brasil-Portugal, onde as relações com o país irmão saíram visivelmente reforçadas.

Março conseguiu ser meteorologicamente paradoxal: o mês mais quente de que há registo na Europa e, ao mesmo tempo, particularmente chuvoso em Portugal. Foi também o mês dos eclipses (lunar total a 14, solar parcial a 29) e, politicamente, o mês em que Alexandra Leitão anunciou a candidatura à Câmara de Lisboa, enquanto Mário Centeno esclareceu que não seria candidato a Belém.

A Páscoa ficou marcada pela partida de Francisco, o Papa amado que modernizou a Igreja e a aproximou dos fiéis. Morreu a 21 de abril, na segunda-feira da Pascoela. Nesse mesmo mês, um apagão deixou a Península Ibérica às escuras durante longas horas, originando reflexão e levando o Banco de Portugal a recomendar que todos guardemos algum dinheiro físico em casa, para prevenir futuras eventualidades semelhantes.

Leão XIV, o Papa Americano, surgiu para alguns como surpresa e para outros como escolha natural num mundo que tenta preservar o equilíbrio de poderes nos Estados Unidos. Em Portugal voltámos às urnas pela terceira vez em dois anos e meio: confirmou-se a vitória da AD e o crescimento, por agora conjuntural mas potencialmente estrutural, da extrema-direita, tendência que se repete internacionalmente e que, entre nós, passa a liderar a oposição.

O verão trouxe a eleição do Presidente polaco Naworski, que derrotou Trzaskowski na segunda volta. E porque a vida não se resume à política, celebrámos também o ouro europeu conquistado pelo K4 nacional nos 500 metros de canoagem.

Em julho confirmou-se a entrada da Bulgária no euro já em janeiro de 2026, despedindo-se do Lev. Portugal marcou presença relevante na 6.ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamento, realizada em Genebra, reforçando a diplomacia parlamentar nacional.

Enquanto o país se entregava aos banhos, americanos e russos reuniam-se no Alasca numa tentativa, ainda que ténue, de encontrar o caminho para a paz na Europa e para o fim da guerra na Ucrânia. Em agosto fizemos história nos mundiais de canoagem com uma inédita tripla: ouro, prata e bronze.

Setembro reacendeu tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, depois de um navio venezuelano ter sido afundado nas Caraíbas, provocando 11 mortes. Em França, o primeiro-ministro voltou a demitir-se para logo ser renomeado. Em Portugal, vivemos o trágico acidente do Elevador da Glória, que deixou o país em sobressalto.

Outubro foi novamente mês de eleições, desta vez Autárquicas, e trouxe ao mundo uma notícia esperada há demasiado tempo: o cessar-fogo na Palestina, resultado de um plano amplamente apoiado internacionalmente e que finalmente pôs termo a meses de horror.

O ano encerrou com mais um recorde americano: o mais longo “shutdown” governamental de sempre, 43 dias, que paralisou serviços, atrasou salários e deixou aeroportos e mercados em compasso de espera. Por cá, celebrámos o futuro com a conquista do Mundial de Sub-17, um título que honra a juventude portuguesa e alimenta esperança.

Dezembro abre hoje com a Árvore de Natal e com a celebração da Restauração da Independência, o nosso feriado civil mais antigo. Dentro de dias chega a Imaculada Conceição e, com ela, inicia-se de vez a quadra natalícia, apesar da instabilidade social e da greve geral marcada para dia 11. Depois vêm o Natal, o Menino Jesus (ou o Pai Natal), e logo as habituais baixas de preços a preparar a transição para o Ano Novo. Até lá, deixo votos de um Santo Natal e de um Próspero 2026!

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