CHEGA como o Kleenex, usa e deita fora...
Enquanto isto, Ana Gomes move uma acção contra o Chega para o ilegalizar. Seja qual for a evolução, também sou partidário da ilegalização do Chega, penso que o comportamento de Rui Rio, que se arvora em campeão da ética, não foi muito curial. Se Ventura é bom para os Açores, também o deve ser para o Continente. Que eu saiba os Açores são parte integrante do território nacional.
Ilegalizar o Chega, pelos meios legais disponíveis, plenamente de acordo, tratá-lo como Rui Rio o trata já não merece a minha concordância. Os zigues-zagues do líder do PSD podem acarretar-lhe custos eleitorais e fazer crescer o Chega ainda mais, porque a razão e sobretudo a ética estão do seu lado.
Do líder do CDS não falo, porque, nesta questão, deve ter tido papel menor, dado que até admite acordos com o Chega nas legislativas. A confusão e o desnorte na nossa direita são totais, com cenários diferentes para os diversos tipos de eleições. A unidade é cada vez mais uma miragem e a tempestade perfeita, de que fala Marques Mendes, aplica-se que nem uma luva! São as ironias do destino.
Rio fez uma grande cambalhota, porque diz agora que o Chega é só bazófia, depois de ter elogiado a votação de André Ventura nas presidenciais, mormente no Alentejo. Em que ficamos?
Se Francisco Rodrigues dos Santos está a ser muito contestado no CDS, também não me admira, face ao que foi exposto, que Rui Rio também esteja a sê-lo no PSD, mas mais à surdina. A sua relação com o Chega, feita de amor e ódio, assim o justifica.
Se o acordo dos Açores for rasgado, a 'geringonça' de direita dir-se-á que só chegou a ver a luz do dia. E Ventura sai por cima, mas o melhor é ilegalizá-lo. A defesa que faz do racismo e da xenofobia, bem como da prisão perpétua e das castrações químicas, identificam-no, claramente, com a ideologia fascista, proibida, entre nós, pela Constituição de 1976. E se a lei existe, por que não aplicá-la?