A oportunidade liberal

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Desde o momento em que se constituiu como partido, a Iniciativa Liberal tem conseguido um crescimento sustentado. Assumindo ao que vinha: fazer uma maratona política para se alcançar um Portugal mais liberal.

Com as autárquicas completou o seu primeiro ciclo eleitoral. Em cada eleição a IL apresentou-se com moderada ambição, algo consonante com o gradualismo inerente ao pensamento liberal. E em cada campanha procurou alcançar um grau superior ao que era antecipado pela maioria dos comentadores. Olhando às eleições legislativas de 2019, as primeiras em que participou, e às regionais dos Açores, tendo elegido deputados em ambas, o caminho até agora trilhado pelo partido liberal é de sucesso. Esse esforço e essa ambição adicionais resultaram.

Os deputados João Cotrim Figueiredo, na Assembleia da República, e Nuno Barata, na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, têm demonstrado consistência nas ideias e na atitude, sem defraudarem quem votou na Iniciativa Liberal. No início destas campanhas a IL garantiu que a eleição de um deputado liberal faria a diferença. Hoje isso é reconhecido por todos.

No dia 30 de Janeiro, naturalmente, o objectivo da IL é eleger desta vez um grupo parlamentar. Ambição saudável e de concretização muito provável, até na opinião dos mais insuspeitos analistas políticos.

No próximo fim de semana a Iniciativa Liberal reúne-se em Convenção Nacional. No fim de semana passado o PSD teve as suas eleições directas. Qual a relação entre os dois momentos?

A Iniciativa Liberal tem afirmado a necessidade de uma solução de governo alternativa ao Partido Socialista. Mais do que isso, tem pugnado pela existência de políticas diferentes das adoptadas nos últimos 25 anos e que possam tirar enfim Portugal do marasmo social e da estagnação económica. A afirmação da visão liberal, colocando sempre a prioridade na liberdade e na responsabilidade individual em áreas tão diversas como a educação, a saúde, o trabalho ou os impostos, demonstra o que fica recusado por contraponto: soluções estatistas, extremistas e populistas.

É aqui que os dois momentos políticos se tocam. Se ao PSD é expectável pedir que se apresente na campanha legislativa com a ambição assumida de ganhar as eleições e que Rui Rio se afirme como candidato a primeiro-ministro, à Iniciativa Liberal e a João Cotrim Figueiredo é desejável darmos força acrescida para que seja possível viabilizar uma solução de governo diametralmente diferente da geringonça. Com menos Estado e sem extremismos de qualquer espécie. Tudo ao contrário do que aconteceu em Portugal nos últimos seis anos.

Será isso feito apenas pela via parlamentar ou participando em governo? Esta é uma pergunta cuja resposta depende das opções dos eleitores e da distribuição final dos votos convertidos em mandatos no parlamento. Um governo liderado pelo PSD necessita de uma Iniciativa Liberal como consciência crítica, garantindo assim que será de facto um governo reformador, com verdadeira vocação de fomentar o crescimento económico e que tenha como premissa a devolução do poder de decisão aos indivíduos em aspectos fundamentais da nossa vida.

A Iniciativa Liberal entrará na fase de maturidade no ciclo eleitoral que agora principia. Não abdicando das características fundamentais da sua identidade, nomeadamente a irreverência. João Cotrim Figueiredo já afirmou que os liberais estão preparados. Agora a palavra cabe aos eleitores. Com esta garantia expressa: é possível um rumo diferente para Portugal.

Escreve de acordo com a antiga ortografia

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