O antigo ministro socialista  demarca-se definitivamente de António José Seguro
O antigo ministro socialista demarca-se definitivamente de António José SeguroMIGUEL.A.LOPES/LUSA

Vieira da Silva apela a Sampaio da Nóvoa para que avance e diz que não apoiar Seguro não pode ser anátema

Para o antigo ministro, “o PS pode sair do debate das presidenciais, mas o debate das presidenciais não sai do PS”. E compara: “os atuais candidatos são jogadores de padel num torneio de ténis”.
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José António Vieira da Silva apela a Sampaio da Nova para que se candidate às presidenciais de 2026. Em declarações ao DN, o antigo ministro socialista diz não ter dúvidas em junta-se aos que apoiam uma candidatura do professor catedrático. “Faço este apelo a Sampaio da Nóvoa, sabendo que dará,  com toda a certeza, mais consistência ao debate”. Considerando que bons candidatos poderão dar maus presidentes e vice-versa, Vieira da Silva defende que o professor catedrático faz o pleno: “um bom  candidato e bom presidente, com elevado sentido cívico, capaz de unir as esquerdas”, defende, considerando os atuais candidatos “jogadores de padel a competir num torneio de ténis”.   

Ainda que compreenda as razões que levaram José Luís Carneiro a remeter o debate interno sobre presidências para depois das autárquicas de 12 de outubro, Vieira da Silva discorda do líder. “Imaginar que é possível  ao PS permanecer numa bolha é ingénuo. O partido pode não ir ao debate das presidenciais, mas o debate das presidenciais vai ter com o PS”, afirma, lembrando que a candidatura de António José Seguro, já em marcha, “está a angariar apoios ainda antes de um debate no partido”. Por isso, “falar de presidenciais apenas depois das autárquicas será tarde demais”. 

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“Tradição socialista” 

 Com um ex-secretário geral do PS na corrida, o antigo  ministro socialista lembra que as eleições presidenciais são individuais.  “Isso é compreensível. “O que não é compreensível”, acrescenta, “é que se lance um anátema contra quem não apoia um determinado candidato.  A disciplina partidária, nas presidenciais, não funciona”.  

A situação não é nova no partido - “tivemos Mário Soares a concorrer com Manuel Alegre, e Maria de Belém com Sampaio da Nóvoa” -, salientando ainda o atual cenário, na área da direita: “Há dois ex-presidentes do PSD em cena– um é candidato, o outro apoia um adversário do primeiro”.   

Cenário atual que Vieira da Silva vê com preocupação. “Obstante o respeito que me merecem, os candidatos não estão à altura nem do cargo nem momento que vivemos. São candidatos sem a densidade e o perfil para este combate e este cargo”.  Reforça a “desadequação entre o perfil dos candidatos e as exigências do cargo a que concorrem”, num contexto “ novo”: “pela primeira vez, os candidatos não são figuras relevantes dos primeiros anos da democracia. Estamos perante uma nova era, com transformações no quadro político nacional e internacional”. 

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