Mundo
04 agosto 2020 às 11h06

Venezuela. Maduro nomeia um cantor de reggaeton como diretor de hospital de campanha

Antonio "El Potro" Alvarez já foi ministro do Desporto de Nicolas Maduro. Agora vai dirigir um hospital de campanha para doentes assintomáticos da covid-19 em Caracas. Nas redes sociais há muitas críticas à escolha.

DN

Um cantor de reggaeton será o novo diretor de um dos hospitais de campanha que o governo de Nicolas Maduro criou para receber doentes assintomáticos com covid-19. Antonio "El Potro" Álvarez , ex-jogador de basebol e político, dirigirá o Poliedro de Caracas , local usado - antes da crise - para grandes eventos culturais, desportivos e de entretenimento, e que agora serve para abrigar os portadores de vírus .

"El Potro da Venezuela, presidente da Poliedro, agradeço por tudo o que estás a fazer. Vi-te vestido como um Robocop e como um astronauta. Potro, confio-te a saúde das pessoas de Poliedro ", disse Maduro na noite de sexta-feira.

O espaço, localizado no oeste de Caracas e com uma capacidade máxima de 20.000 pessoas, receberá inicialmente cerca de 900 pacientes que não apresentam nenhum dos sintomas da covid-19.

A nomeação causou alvoroço nas redes sociais assim como nas fileiras da oposição, porque Álvarez não tem formação médica. O cantor de 41 anos foi ministro do Desporto entre janeiro de 2014 e abril de 2015.

A crítica também foi feita pelo virologista Julio Castro, assessor da Comissão de especialistas em saúde da Assembleia Nacional: "A nomeação do cantor como diretor do 'hospital intermediário' contra as sugestões das academias é uma expressão do que temos e - o que é pior - do que virá se as coisas não mudarem drasticamente."

Na noite de domingo, a Venezuela atingiu 20.206 infeções, segundo o relatório governamental. Caracas continua a ter o maior número de casos positivos, com 3.354 casos ativos, seguido pelo estado vizinho Miranda, com 1.362. A ministra Delcy Rodríguez explicou que existem 8.628 casos ativos no país e que 80% dos casos detetados até o momento são assintomáticos. O número de mortos é de 174.