Exclusivo Uma campanha suja, dois vencedores e o silêncio que se fez

Depois de um empate técnico, segue-se o combate para formar coligação no Knesset. Nas ruas de Jerusalém, o sentimento durante o dia era de desalento. Mas ao fim da tarde tudo mudou.

Na verdade, Nati Avraham, de 20 anos, até estava entusiasmado. Foram as primeiras eleições em que participou. Não só tinha direito a estrear o seu voto como ainda ajudou a organizar as mesas no círculo eleitoral de Jerusalém Oriental. Voluntariou-se para a Comissão Nacional de Eleições e colocaram-no na escola de Mohamed al-Saaid, no bairro muçulmano da cidade. Mas, às três da tarde, ainda nenhum eleitor tinha aparecido para depositar o seu voto. As urnas estavam abertas desde as sete da manhã, assim permaneceriam até às dez da noite e ninguém, absolutamente ninguém, tinha comparecido à chamada.

"Isto está a ser o dia mais frustrante da minha vida", dizia o rapaz, "não esperava uma grande participação, toda a gente sabia que os palestinianos de Jerusalém não acreditavam nestas eleições, mas nunca pensei que as coisas chegassem a este extremo." Nas últimas horas, pressionados por muitos líderes árabes, os habitantes dos bairros e cidades muçulmanas acabariam por comparecer à chamada. Mas àquela hora o polícia que guardava o portão olhava para Nati com alguma comiseração. Ao ponto de, a meio da tarde, mandá-lo abandonar o posto para ir votar.

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