UE vai proibir palhinhas, cotonetes e copos de plástico

Presidência rotativa da União Europeia anuncia fim dos plásticos de uso único, como copos e recipientes de take-away, e vai obrigar empresas a pagar a gestão dos resíduos.
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A notícia chegou de madrugada pela Áustria, que detém a presidência rotativa da União Europeia. "Chegámos a acordo político com o Parlamento Europeu e a Comissão sobre os plásticos descartáveis. É um marco nos nossos esforços para reduzir os resíduos de plástico", escreveu a ministra da Sustentabilidade austríaca, Elisabeth Köstinger.

As medidas aprovadas incluem a proibição de vários artigos de plástico de utilização única, incluindo pratos, talheres, recipientes de alimentos de poliestireno expandido (esferovite) e copos para bebidas. Mas também vão obrigar os fabricantes a pagarem pela gestão dos resíduos e pela limpeza de artigos de plástico descartáveis, o que inclui beatas de cigarros e artes de pesca.

No entanto, há quem defenda que o acordo não é suficientemente ambicioso para enfrentar a crise dos plásticos. A Greenpeace lamenta que não haja um objectivo vinculativo a nível da UE para reduzir o consumo de recipientes de alimentos e copos, bem como à ausência de obrigatoriedade ao nível dos estados de adoptarem metas.

A associação ecologista critica também o adiamento do prazo para que se chegue à meta de 90% de recolha das garrafas de plástico, de 2025 para 2029.

"As novas leis são um primeiro golpe importante contra o monstro da poluição dos plásticos. No entanto, o impacto depende da ação dos governos nacionais, que devem adoptar de imediato objectivos ambiciosos para acabar com os plásticos descartáveis e garantir que os produtores paguem pela poluição que produzem", disse Delphine Lévi Alvarès, coordenadora europeia do movimento Break Free From Plastic.

As medidas anunciadas ainda necessitam da aprovação dos Estados-Membros da UE e do Parlamento Europeu. A proibição deverá entrar em vigor dentro de dois anos.

Em maio, a Comissão Europeia propôs regras a nível da UE para eliminar os artigos de plástico de utilização única para os quais existem alternativas já disponíveis. Também propôs medidas para reduzir o uso de itens como os recipientes de plástico para alimentos.

Na altura a Comissão lembrou que menos de um terço dos resíduos plásticos é recolhido e reciclado, e que a maior parte dos resíduos acaba nos mares e oceanos: 80% dos resíduos do mar são plásticos.

Devido à sua lenta taxa de decomposição, os plásticos são um problema grave para os oceanos. Baleias, tartarugas, pássaros, peixes, todos são intoxicados pelo plástico. Através da alimentação de peixes e de marisco, os plásticos acabam por ser ingeridos pelos seres humanos.

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