Trump lamenta morte de estudante e condena brutalidade de Pyongyang
Jovem norte-americano de 22 anos que regressou aos EUA em coma depois de 17 meses preso na Coreia do Norte morreu na segunda-feira. Regime de Kim Jong-un alvo de duras críticas
O presidente sul-coreano Moon Jae-in acredita que Pyongyang tem "uma pesada responsabilidade" na morte de Otto Warmbier, o estudante norte-americano que esteve preso na Coreia do Norte durante 17 meses e que na semana passada regressou aos EUA em coma. Moon apelidou o regime de Kim Jong-un de "irracional" e exigiu a libertação dos cidadãos sul-coreanos e norte-americanos que continuam presos na Coreia do Norte.
A morte de Warmbier antecede em uma semana a visita de Estado de Moon aos EUA. De acordo com a imprensa norte-americana, que cita fontes da Casa Branca, o presidente dos EUA estará "furioso" com Moon por este ter atrasado a implementação completa do THAAD, o sistema antimíssil norte-americano destinado a lidar com eventuais agressões vindas da Coreia do Norte. A estratégia para lidar com a ameaça de Pyongyang será certamente um dos temas na agenda dos dois líderes. A morte de Warmbier vem aumentar ainda mais a tensão recente entre os EUA e Kim Jong-un.
O estudante de 22 anos visitava a Coreia do Norte, numa excursão organizada, quando em dezembro de 2015 foi preso por alegadamente ter arrancado de uma parede um cartaz de propaganda do regime. Foi julgado e condenado a trabalhos forçados tendo alegadamente entrado em coma em março de 2016. Na semana passada, acabou por ser libertado por "motivos humanitários". Este desenvolvimento aconteceu depois de o Departamento de Estado norte-americano, através do enviado especial Joseph Yun, ter feito pressão nesse sentido. Segundo a versão oficial de Pyongyang, Warmbier entrou em coma depois de ter contraído botulismo e de tomar um comprimido para dormir. Os médicos que o assistiram em Cincinnati não encontraram qualquer vestígio da doença no organismo, mas confirmaram a existência de vastas e profundas lesões cerebrais. O suporte de vida foi desligado na segunda-feira à tarde.
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Donald Trump, num comunicado oficial divulgado pela Casa Branca, enviou as condolências à família e condenou a "brutalidade" do regime norte-coreano que, segundo o presidente dos EUA, é responsável pela morte de Warmbier. Desde que tomou posse em janeiro, já foram vários os episódios de tensão entre Donald Trump e Pyongyang. Em abril, o presidente norte-americano afirmou que era possível que os EUA e a Coreia do Norte se envolvessem num "grande conflito" armado. Em causa estão os vários testes de mísseis balísticos que Kim Jong-un tem vindo a fazer - além dos dois ensaios nucleares realizados no ano passado. "Se a China não resolver a Coreia do Norte, resolvemos nós", afirmou Trump, também em abril, ao Financial Times.