Trump testa positivo para a covid-19 num momento crucial da corrida à Casa Branca

Através do Twitter, o presidente dos EUA confirmou que ele e a primeira-dama, Melania, estão infetados com o novo coronavírus. O diagnóstico surge em plena campanha presidencial, a um pouco mais de um mês das eleições.
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O Presidente dos Estados Unidos anunciou esta sexta-feira que o seu teste à covid-19 foi positivo, assim como o da mulher, Melania Trump

"Melania e eu testamos positivo para a covid-19", escreveu Donald Trump, na rede social Twitter.

"Vamos iniciar imediatamente o nosso processo de quarentena e recuperação. Iremos passar por isto juntos", acrescentou.

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Também Melania Trump usou a rede social para confirmar que testou positivo. "Como muitos americanos este ano, o presidente dos EUA e eu estamos em quarentena em casa após teste positivo para covid-19. Estamos a sentir-nos bem e adiámos todos os próximos compromissos", escreveu no Twitter.

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O médico do Presidente dos EUA confirmou que Donald Trump estava "bem", sem confirmar se Trump tem sintomas de covid-19. mas garantindo que ficará isolado na Casa Branca.

"Esta noite recebi a confirmação de que o Presidente Trump como a primeira-dama Melania Trump deram positivo para o vírus SARS-CoV-2", indicou Sean Conley, numa declaração.

"A equipa médica da Casa Branca e eu vamos manter uma vigilância , e agradeço o apoio prestado por alguns dos maiores profissionais e instituições médicas do nosso país. Fiquem descansados, espero que o Presidente continue a desempenhar as suas funções sem interrupções durante a recuperação, e manter-vos-ei informados sobre quaisquer desenvolvimentos futuros", salientou. "Eles estão bem", afirmou.

O segundo debate das eleições de 3 de novembro entre Donald Trump e o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, está agendado para 15 de outubro e ainda não se sabe se vai ocorrer.

O Presidente dos EUA, de 74 anos, está no grupo de risco devido à idade, mas também devido ao peso. Embora o médico de Trump tenha declarado que estava de "boa saúde" no ano passado, após exames clínicos, o chefe de Estado pesa cerca de 110 quilos, o que tendo em conta outros parâmetros, como a altura, é considerado clinicamente obeso. Trump submete-se regularmente a testes à covid-19, embora a frequência exata destes testes não seja conhecida.

Horas antes de anunciar o diagnóstico positivo para covid-19, Trump tinha revelado ter feito um teste à covid-19, mas ainda não conhecia o resultado, depois de uma colaboradora próxima ter confirmado estar infetada.

"Ela deu positivo", disse Donald Trump à estação de televisão Fox News, confirmando as notícias da imprensa sobre Hope Hicks, conselheira presidencial.

Hope Hicks, conselheira presidencial, estava a bordo do Air Force One com o Presidente dos Estados Unidos, num voo para Cleveland (centro-leste), na terça-feira, para participar no debate eleitoral com o candidato democrata à Casa Branca Joe Biden.

A conselheira também viajou com Trump na quarta-feira, para o estado de Minnesota (centro-oeste), onde decorreu uma reunião de campanha.

Poucas horas antes de dar a conhecer que estava infetado com o novo coronavírus, o presidente dos EUA afirmou num jantar, na quinta-feira, que a pandemia estava próxima do fim, de acordo com o The New York Times.

O resultado positivo à covid-19 surge depois de Donald Trump desvalorizar durante meses a gravidade da pandemia, que matou mais de 200 mil pessoas nos EUA. Resistiu a usar máscaras por diversas vezes e participou em comícios em que não eram respeitadas as medidas para conter a propagação do vírus, como o distanciamento físico e o uso de máscaras.

A campanha eleitoral de Trump para um segundo mandato na Casa Branca - republicano está atrás de Biden nas sondagens para as eleições de 3 de novembro -, fica condicionada com o diagnóstico da doença provocada pelo novo coronavírus.

A 33 dias para as eleições presidenciais, e num momento crucial da campanha, Trump vê-se obrigado a ficar em isolamento, não se sabendo durante quanto tempo. O comício marcado para esta sexta-feira na Florida foi cancelado e o mesmo deve acontecer com uma viagem a Wisconsin agendada para este fim de semana, relata a AFP.

A campanha eleitoral do candidato republicano pode estar mesmo em risco, refere o The New York Times​​. Caso continue sem sintomas, "vai ter de abandonar a campanha e manter-se isolado durante um período desconhecido na Casa Branca", escreve o jornal. Se, pelo contrário, manifestar sintomas "vão levantar-se questões sobre se deve ou não manter-se na corrida".

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, partilhou uma mensagem no Twitter, onde deseja as melhoras a Donald Trump.

"Juntamo-nos a milhões em toda a América nas orações pela sua recuperação completa e rápida. Deus o abençoe, Presidente Trump e a nossa maravilhosa primeira-dama Melania", escreveu na rede social.

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O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou, entretanto, que o teste de despiste à covid-19 que fez deu negativo. "Sinto-me ótimo", afirmou aos jornalistas que o acompanhavam, pouco antes de chegar a Dubrovnik, na Croácia.

Pompeo, citado pela AFP, revelou que fez o teste quatro vezes nas últimas duas semanas, a última das quais foi esta sexta-feira de manhã, no avião que o levou à cidade de Dubrovnik. Disse ainda que não tem estado com o presidente Trump desde 15 de setembro, quando foram assinados, na Casa Branca, acordos para restabelecer as relações entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

Os Estados Unidos registaram 884 mortos e 46.164 infetados com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo a contagem independente da Universidade Johns Hopkins.

Com este último balanço, o país atingiu um total de 207.743 óbitos e 7.273.943 casos confirmados na segunda-feira.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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