Trump diz que os seus primeiros 100 dias não vão ter o reconhecimento merecido

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os seus primeiros 100 dias na Casa Branca não vão ter o reconhecimento merecido e qualificou esta tradição de avaliar as ações de uma nova administração como "ridícula".
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Trump atinge no sábado, dia 29 de abril, o marco dos 100 dias, um período de tempo que é encarado como um barómetro da capacidade governativa de uma nova administração norte-americana.

"Não importa o quanto conseguimos superar durante o marco ridículo dos primeiros 100 dias, e tem sido muito (incluindo o S.T. [Supremo Tribunal]), a imprensa vai negá-lo!", assinalou, na semana passada, o chefe de Estado norte-americano numa mensagem publicada na sua conta na rede social Twitter. A mensagem foi encarada como uma tentativa de diminuir as expectativas em relação à administração Trump, depois de o magnata do imobiliário ter prometido, durante a campanha presidencial, "um plano de ação de 100 dias para fazer a América grande outra vez".

A sigla mencionada na mensagem é uma referência à aprovação pelo Senado da nomeação do juiz federal Neil Gorsuch para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, em substituição do magistrado conservador Antonin Scalia, que morreu em fevereiro de 2016.

A aprovação de Neil Gorsuch, que repôs o domínio conservador que predomina a mais alta instância judicial dos EUA há mais de quatro décadas, foi apresentada como um grande sucesso da Presidência Trump, ideia que foi reforçada no recente 'tweet' presidencial.

No entanto, algumas das suas grandes promessas eleitorais, como o desmantelamento da reforma do sistema de saúde promovida pelo seu antecessor Barack Obama, conhecida como "Obamacare", não foram cumpridas.

O plano que defendia Trump para substituir o "Obamacare" foi retirado em março passado, antes mesmo de ser votado na Câmara dos Representantes, por falta de apoio dentro do próprio Partido Republicano, o que foi visto como uma grande derrota política.

O bloqueio judicial de algumas ordens executivas, incluindo dois decretos anti-imigração que pretendiam impedir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de um conjunto de países de maioria muçulmana, foi outro dos reveses políticos da administração Trump.

Na página oficial na Internet da Casa Branca, a administração Trump faz o seu próprio balanço destes primeiros 100 dias e sublinha, numa mensagem inicial, que o Presidente avançou com "medidas ousadas para restaurar a prosperidade, manter os americanos seguros e manter uma governação responsável" e que cumpriu com as promessas assumidas.

O texto destaca ainda que, "num ritmo histórico", Trump decretou mais legislação e assinou mais ordens executivas do que qualquer outro Presidente em mais de meio século, em matérias relacionadas com a reedificação das Forças Armadas, a luta contra a imigração ilegal e o restabelecimento da confiança na economia.

O marco simbólico dos 100 dias tem origem com a chegada à Casa Branca do Presidente Franklin D. Roosevelt em 1933, quando o governante estabeleceu um plano de ação para tirar os Estados Unidos da Grande Depressão.

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