Tamimi diz que vai estudar Direito para continuar a resistir a Israel

Ahed Tamimi, a palestiniana libertada neste domingo da prisão por Israel, afirmou que vai continuar a defender os palestinianos e a resistir aos israelitas. Mas sem ser à bofetada e ao pontapé, como tinha feito até agora.

"Vou continuar os meus estudos universitários e vou estudar Direito para poder levar a causa do meu país a todos os fóruns internacionais e para poder representar a causa dos prisioneiros", declarou Tamimi, de 17 anos.

"A prisão ensinou-me muitas coisas e consegui perceber a maneira certa de transmitir a mensagem da minha terra natal", acrescentou, em conferência de imprensa, depois de ter sido libertada da prisão, juntamente com a mãe, Narimane.

Antes disso, ambas tinham sido recebidas pelo presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas. O líder palestiniano considerou a jovem como "um modelo de resistência pacífica civil... mostrando ao mundo que o povo palestiniano irá manter-se firme, de forma constante na sua terra, não importa qual o sacrifício que tenha de fazer".

Tamimi e a mãe foram transferidas da prisão de Sharon, em Israel, para a Nabi Saleh, na Cisjordânia, onde residem.

De ombros cobertos com um keffiyeh, lenço símbolo da resistência palestina, a jovem agradeceu as boas-vindas e afirmou: "A resistência vai continuar até que a ocupação termine."

Tamimi foi presa em 19 de dezembro de 2017, alguns dias depois de protagonizar um vídeo que se tornou viral e no qual surge a discutir com um soldado israelita, esbofeteando-o e pontapeando-o.

Enquanto os palestinianos a veem como uma heroína, Israel diz que é instrumentalizada pela família. Detida quando ainda tinha 16 anos (desde os oito que participa em protestos contra Israel) viu-lhe ser aplicada uma pena de oito meses de cadeia, depois de se ter dado como culpada.

O processo de paz israelo-palestiniano, que visava, em última análise, conduzir à criação de dois Estados vivendo lado a lado e em paz (Israel e Palestina), está em ponto morto. O apoio incondicional do presidente dos EUA, Donald Trump, ao governo israelita de Benjamin Netanyahu, não tem facilitado o reinício das negociações.

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