"Se querem que Espanha não retroceda 40 anos têm que votar no PSOE"
Primeiro-ministro e líder do PSOE, Pedro Sánchez, apelou ao voto útil no comício de encerramento esta noite em Valência. "O perigo é real. Ninguém achava que Trump ia ganhar nos EUA. E ganhou. Ninguém achava que Bolsonaro ia ganhar no Brasil. E ganhou. Na Finlândia o partido socialista ganhou por seis mil votos e a extrema-direita tornou-se a segunda maior força na Finlândia".
Os líderes dos cinco principais partidos encerraram esta sexta-feira à noite a campanha em vários pontos de Espanha.
Pedro Sánchez (do PSOE) e Pablo Casado (do PP) apelaram, ambos, ao voto útil no domingo. Cerca de 37 milhões de espanhóis são chamados a votar numas eleições legislativas antecipadas para eleger um novo Parlamento.
O socialista agitou a ameaça de um governo PP, com o Ciudadanos de Albert Rivera e o Vox de Santiago Abascal. O popular sublinhou que a ameaça seria um Executivo composto por socialistas, pela Unidas Podemos de Pablo Iglesias e por independentistas.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
"O nosso país tem fronteiras como as vossas casas têm paredes",
disse Santiago Abascal na Plaza Colón

Líder do Vox, Santiago Abascal, no comício de encerramento na Plaza Colón, em Madrid
© REUTERS/Juan Medina
O último ato de campanha do Vox de Santiago Abascal realizou-se na Plaza Colón em Madrid. Antes de o líder da extrema-direita discursar, criticando "o feminismo supremacista", três ativistas das Femen invadiram o palco, sendo removidas por elementos da organização e agentes da Polícia Nacional. "Não é patriotismo, é fascismo", tinha escrito, no corpo, uma das ativistas. Foi expulsa à força. Mas marcou o seu ponto.
Dirigindo-se aos adversários como os insensatos de Espanha, de uma forma feroz, Abascal, de 43 anos, lembrou que a escolha este domingo é entre o pacto da traição de socialistas e independentistas ou aqueles que querem garantir a unidade de Espanha. "Despertaram a alma adormecida de Espanha. Estais aqui por Espanha, pela liberdade de Espanha, que é a herança dos vossos pais", afirmou Abascal, considerando que os valores do Vox não são velhos nem ultrapassados, "são os valores de sempre, de defesa da família". Contra "a ditadura do progresso", assim descreveu a formação, bem como a sua razão de ser.
"Não somos como os outros que têm slogans criados em escritórios de marketing. O Vox não é um partido, é um movimento de defesa da unidade nacional, face aos separatistas e aos progressistas, que querem acabar com tudo isto. O Vox é só um instrumento. Nada mais. Não é um fim em si mesmo. É o instrumento que funciona e mobiliza o povo espanhol. É o único instrumento que pode garantir a unidade de Espanha atacada por socialistas, comunistas e socialistas por todo o território nacional", garantiu Abascal, dirigindo-se aos seus militantes e apoiantes por toda a Espanha. "Nunca vamos deixar sós os que fazem campanha sob ameaça dos separatistas bascos e catalães".
Repetindo, vezes sem conta, insensatos, insensatos, insensatos, lembrou como o Vox irrompeu como força política em Espanha, surpreendendo tudo e todos ao eleger 12 deputados, nas eleições andaluzas de 2 de dezembro. "Vivemos uma reação nacional que parecia impossível. Na Andaluzia ocorreu o impossível e na Andaluzia começou a reconquista. Espanha gritou basta", afirmou Abascal, focando-se no tema da imigração.
"O nosso país tem fronteiras tal como as vossas casas têm paredes. Queremos que o Exército e a Guardia Civil protejam as nossas fronteiras em Ceuta e Melilla. Espanha tem que decidir que imigração aceita. Não os que dão patadas aos guardas porque vêm pelo efeito de chamada criado pelos progressistas. Não vamos adaptar a nossa maneira de viver aos outros e ao multiculturalismo e ao globalismo como querem os burocratas de Bruxelas", prometeu, garantindo ainda que se o Vox chegar ao poder ou se chegar ao poder uma coligação apoiada pelo Vox a propriedade privada será protegida em Espanha. Abascal criticou "os ocupas que se aproveitam da legislação dos progressistas".
Apesar da interrupção das ativistas das Femen, pelo Twitter Abascal recebeu uma mensagem de apoio do vice-primeiro-ministro, ministro do Interior e líder da Liga, em Itália, Matteo Salvini.
"Se querem que Espanha não retroceda 40 anos têm que votar no PSOE",
avisou Pedro Sánchez em Valência
Pedro Sánchez, primeiro-ministro e líder do PSOE, encerrou a sua campanha no Parque Central em Valência. Aí contou com o apoio de vários dirigentes socialistas, entre eles o ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que governou entre 2004 e 2011. A Comunidade Valenciana é uma autonomia chave nestas eleições, um feudo do PP, que as sondagens têm indicado que pode passar-se para o PSOE
Sánchez, de 47 anos, enumerou o que Espanha poderá ter se der aos socialistas uma maioria absoluta. Ampla. Repetiu várias vezes. Ampla. "Queremos que o PSOE volte a ser a primeira força política em Espanha. Se tivermos uma maioria muito mais ampla, podemos aprovar medidas mais amplas no sistema nacional de saúde, como os direitos de morte assistida, de acesso a tratamento dentário. Podemos aumentar as bolsas de estudo. Estamos muito perto de apostar nas energias limpas. Fazer uma transição económica ecológica. Ter um grande pacto sobre a ciência e a investigação. Queremos derrogar a reforma laboral do PP. Estamos muito perto da igualdade salarial e laboral entre mulheres e homens. Estamos muito perto de travar a violência de género".
Em seguida, o líder socialista agitou a ameaça de uma eventual coligação entre PP, Ciudadanos e Vox. "Ganhar não significa governar. Não quero que ganhemos as eleições no domingo e que, na segunda-feira, amanheçamos com um governo de Casado, com Rivera, com a extrema-direita aliada a eles. O perigo é real. Ninguém achava que Trump ia ganhar nos EUA. E ganhou. Ninguém achava que Bolsonaro ia ganhar no Brasil. E ganhou. Na Finlândia o partido socialista ganhou por seis mil votos e a extrema-direita tornou-se a segunda maior força na Finlândia".
Este domingo, prosseguiu, "temos que votar nos socialistas, pela igualdade social, pelo fim da crispação territorial e pela limpeza política, ter governantes que sejam exemplares. Não queremos voltar à Espanha em que os governantes, com uma mão, cortavam no bem estar social, com outra metiam dinheiro ao bolso, por isso temos que falar às pessoas que estão indecisas e dizer-lhes que não há nada que duvidar entre quem quer melhorar o estado de bem estar ou quem quer cortar os impostos aos ricos. É isto que está em causa. Nada mais nada menos. Se querem que Espanha não retroceda 40 anos têm que votar no PSOE".
Sánchez, como depois fez também Pablo Casado, do PP, apelou ao voto últil. "Aos que estão indecisos, não se enganem, têm que votar no PSOE". Há motivos de sobra, realçou, sublinhando que Espanha "não deve padecer mais como padeceu nos últimos quatro anos, com a corrupção, com a desigualdade social e com a crispação territorial". E justificou a moção de censura que apresentou para fazer cair Mariano Rajoy, em 2018, com os casos de corrupção que corroeram o PP. Nomeadamente o Gürtel.
Pelo meio da sua intervenção, Sánchez acusou Casado de ser mentiroso e de precisar de um detetor de verdades. E Rivera de já ter sido de tudo um pouco, movendo-se desde a social-democracia até agora à aliança com a extrema-direita. "O Ciudadanos deixou o centro-direita para abraçar a extrema-direita e o sectarismo e vai pagar isso muito caro este domingo", declarou, referindo-se ao facto de Rivera ter aceitado o apoio do Vox ao seu governo com o PP na Andaluzia.
Em relação à questão catalã, que tanta celeuma tem causado e tanta tinta tem feito correr, Sánchez garantiu: "Não vamos permitir nem a quebra da Constituição nem um referendo na Catalunha. Não é não. Já dissemos aos líderes independentistas que não há referendo, que nunca haverá independência, pois defendemos a convivência dentro da Constituição e da unidade catalã". E terminou animando todos a votar.
"Votar é grátis, sim, mas pode sair muito caro",
alertou Casado em Madrid

Líder do PP, Pablo Casado, com a mulher, Isabel, no último comício em Madrid
© REUTERS/Susana Vera
O último comício do Partido Popular decorreu no WiZink Center, em Madrid, capital de Espanha. Começando por constatar o estado a que Espanha chegou durante os 10 meses em que Pedro Sánchez e PSOE estiveram no poder, o líder dos populares, Pablo Casado, de 38 anos, questionou os que assistiam, in loco, em casa ou pela internet: "Quando antes víamos presos como Oriol Junqueras [da Esquerda Republicana da Catalunha] a prometer apoio a Pedro Sánchez ou o seu amigo do Podemos a dizer que quer ser ministro do Interior?"
Afastando a ideia de que está tudo bem, Casado alertou para as nuvens negras que pairam sobre a economia espanhola, referindo os problemas de desemprego, com a dívida e o défice das contas públicas. "Recusámos este Orçamento e prometemos que, com um governo popular, regressará a prosperidade para todos. Chegámos a estas eleições por termos descoberto as negociações que estavam a ser feitas com os inimigos de Espanha", afirmou, lembrando que estas eleições foram antecipadas depois de Sánchez, por falta do apoio dos independentistas, ter falhado a aprovação do Orçamento,
"Vamos garantir a unidade de Espanha", afirmou Casado, desvendando que fez mais de 140 mil Km em campanha. "Ativaremos o artigo 155.º [da Constituição espanhola na Catalunha]. Acabou-se a ilegalidade. Acabou-se a divisão entre vizinhos e irmãos. Não se pode indultar os que querem dar um golpe em Espanha. Não há indulto para acusados de rebelião e sedição. Na Catalunha é preciso acabar com o doutrinamento nas escolas. É preciso recuperar a convivência. Queremos uma Catalunha que cumpra a lei como em toda a Espanha".
O líder do PP prometeu dois milhões de empregos. "É preciso uma revolução do emprego. É preciso abolir impostos, como o da sucessão. Não podemos voltar a uma recessão, que obrigue os jovens a imigrar, os idosos a abrir as suas portas aos seus filhos. Queremos um sistema de educação justo, livre, porque a educação é a alavanca da democracia". Numa mensagem a vários dirigentes territoriais, à chamada Espanha vazia, de serviços e de infraestruturas funcionais, Casado disse: "Sim à Espanha rural. Sim aos serviços que são a sua coluna vertebral. À tauromarquia e à pesca. Sánchez só faz investimento nas comunidades autonómicas quando isso lhe interessa". No País Basco, prometeu, não vai haver mais homenagens a terroristas, uma ofensa para as vítimas do terrorismo. "Vamos corrigir a dispersão demográfica. Na Galiza têm que poder ficar as pessoas que querem ficar. E não ser obrigadas a sair"
Tal como Abascal, Casado também deixou uma palavra sobre os ocupas, prometendo uma lei mais dura para os mesmos. O líder do PP indicou que haverá uma equiparação salarial das forças de segurança nacionais, agradecendo o trabalho, os sacrifícios, feitos pelos agentes da Polícia Nacional e pelos agentes da Guardia Civil.
No capítulo da política externa prometeu mais firmeza do que a que tem sido demonstrada por Sánchez. "Estamos com os dissidentes venezuelanos. Vamos liderar a UE numa resposta à ditadura cruel. Obrigado Leopoldo", declarou Casado, acusando Sánchez de alinhar com "o ditador cubano" e de hesitar "perante o venezuelano". Isto apesar de Espanha ter apoiado e reconhecido Juan Guaidó, o delfim de Leopoldo López [rival de Nicolás Maduro], como presidente interino da Venezuela".
No último comício, que terminou com o hino de Espanha, Casado apelou ao voto útil no PP. "O voto que não se una em torno do PP ficará sem se unir. Temos que unir o nosso voto, Um voto urgente. Quem quiser mudar de governo tem que votar no PP porque só nós podemos encabeçar a onda da mudança e de regeneração. Votar é grátis, sim, mas pode sair muito caro. Este voto unido temos que pedi-lo em toda a Espanha. Queremos resgatar a soberania nacional. Vamos sair para ganhar. Não para empatar. Viva o PP. E viva Espanha".
Não foi ao ponto de sugerir qualquer aliança com o Vox, como fizera antes numa entrevista à Esradio, na qual foi citado a dizer: "No final, Voz e Ciudadamos, tenham 10 deputados ou tenham 40, vão ter a influência que quiserem ter para entrar no governo ou para decidir a investidura da legislatura. Portanto: para quê andar com coisas se o que temos que fazer é aliar-nos?".
"Nascemos para tirar personagens como Sánchez da Moncloa",
sublinhou Rivera também em Valência

Líder do Ciudadanos, Albert Rivera, no encerramento da campanha em Valência
© REUTERS/Juan Medina
O último comício do Ciudadanos decorreu em Valência, nos jardins do Palau de la Música, com intervenções de Albert Rivera, mas também de outras figuras como a líder do Ciudadanos na Catalunha Inés Arrimadas.
"Nascemos para tirar personagens como Sánchez da Moncloa", garantiu o líder do Ciudadanos, de 39 anos, depois lhe ter falhado o microfone. "Não sei se é um problema de pilhas. Eu cá tenho pilhas para fazer outra campanha. O microfone não sei", disse, brincando com a situação.
"Nascemos para que não se deixe este país nas mãos dos que querem destroçá-lo, para que os populistas não dominem, para que haja uma Espanha unida e forte, na Catalunha, no País Basco, em Navarra e onde for preciso. Este é o partido da liberdade e dos valentes", prosseguiu, dizendo que se emociona todas as vezes em que vê um exercício de liberdade.
"Este é o único projeto que une os espanhóis, Sánchez dividiu o país, polarizou a sociedade. Como dizia Obama, quem divide um país não pode governar. Por isso Sánchez não pode governar", declarou Rivera, defendendo a igualdade.
"Estou farto que nos dividam entre azuis e vermelhos, homens e mulheres, catalães e valencianos. É isso que faz Sánchez e os nacionalistas, Há muito que fazer neste país para continuar a brincar aos azuis e vermelhos. Este país precisa de um primeiro-ministro que nos una", lançou Rivera, acrescentando: "Temos que tirar Sánchez. É uma emergência nacional. Go home".
O líder do Ciudadanos alertou que uma coligação entre PSOE, Unidas Podemos e independentistas catalães como os de Quim Torra (presidente da Generalitat) vai paralisar Espanha. Que o país só avançará, realçou, se quem ganhar estas eleições for o Ciudadanos.
"É preciso dizer não a Sánchez e sim a Espanha", continuou, dizendo que é preciso igualmente dizer que sim ao futuro. "Enviemos as batalhas fictícias para o passado. É preciso debates de ideias, de projetos, sobre a Europa, sobre reformas".
Sobre a Catalunha, como catalão que é, Rivera prometeu restaurar a presença do Estado espanhol naquela autonomia. E recursos do Estado para garantir a igualdade em todos os territórios. "E porquê? Porque não se pode ser presidente de quase todos", afirmou, admitindo que se for primeiro-ministro vai governar para todos menos "aqueles que querem liquidar o país".
Sobre os independentistas e separatistas disse: "Não vamos dar-lhes nem água. Não vão chegar ao governo. Nunca". É chegada a hora, afirmou, de "nos tornar-mos independentes de Torra, de [Carles] Puigdemont, do PNV [Partido Nacionalista Basco]".
"Vamos ser o governo da igualdade, um governo que una os espanhóis e não os divida, um governo que olhe para o futuro e não para o passado", sublinhou Rivera, garantindo: "Não me vão ver gastar nem um segundo a falar nem das ossadas de Franco nem do aborto". Seguiram-se amplos aplausos dos militantes presentes.
"Não quero chegar à Moncloa para andar de Falcon", assegurou, clarificando: "Quero mudar Espanha, quero mudar Espanha. Esse é o único motivo porque estou aqui. Conseguimos tudo com trabalho. Ninguém nos deu nada. Sinto-me preparado. Com experiência".
"Nenhuns patriotazecos nos vão dar lições sobre o que é ser espanhol",
garantiu Pablo Iglesias no sul de Madrid

Líder da Unidas Podemos, Pablo Iglesias, no comício de encerramento, esta sexta-feira à noite, no sul de Madrid
© EUTERS/Rafael Marchante
O último comício de campanha da Unidos Podemos, com Pablo Iglesias, realizou-se no parque Lineal del Manzanares, no sul de Madrid. Este sábado, dia de reflexão, o dirigente de esquerda irá ver o filme Return, um documentário sobre alterações climáticas.
Agradecendo a todos os que participaram na campanha, desde os voluntários aos agentes de segurança, a todos os que fizeram a cobertura da mesma, como "jornalistas com salários precários, fotógrafos, câmaras", Iglesias começou por dizer que a Unidos Podemos derrotou já "aqueles que tentaram transformar esta campanha na campanha do insulto, do ridículo e da representação".
Ao conseguir isso, ressalvou, "conseguimos que fossem discutidos temas importantes". Iglesias, de 40 anos, criticou a prestação de Sánchez e Rivera no última debate televisivo, com a sua troca de livros e de insultos. "As pessoas não são imbecis", declarou o dirigente de esquerda,
"Estou muito orgulhoso por teremos dito que os donos dos grupos de comunicação têm mais poder do que o Congresso dos deputados, que é um escândalo que haja banqueiros que podem comprar partidos políticos e meios de comunicação, que é uma vergonha que haja empresas energéticas que possam comprar representação política visando ex-governantes, que as empresas multinacionais que maltratam os trabalhadores e não pagam impostos têm mais poder do que o Congresso dos deputados", afirmou Iglesias. E notou: "Reparem que dizem coisas sobre nós, mas ninguém veio desmentir-nos".
Desfiando os artigos da Constituição espanhola que não são respeitados, disse que "o artigo mais patriótico não é o 155.º, mas sim o 128.º, que diz que toda a riqueza gerada, nas suas mais distintas formas, será submetida ao interesse geral". Defender Espanha, frisou, "é defender as empresas públicas, os serviços públicos, a saúde pública, o sistema de pensões, a dignidade. Nenhuns patriotazecos, com as ideias de Margaret Thatcher, cães dos ricos, nos vão dar lições sobre o que significa ser espanhol".
Continuando a apontar diretamente ao Vox e ao Ciudadanos, o cabeça de lista da Unidas Podemos assegurou que tanto ele como os da sua coligação têm todo o orgulho em ser espanhóis. "Quando vejo mulheres que apesar de não terem idade ainda para votar vão às manifestações com as suas mães e as suas avós, claro que tenho orgulho em ser espanhol. Quando vejo as empregadas de andares unirem-se a lutarem pelos seus direitos, claro que tenho orgulho em ser espanhol, E também quando vejo as famílias de taxistas protestar, tenho orgulho em ser espanhol".
Referindo-se a termos fortes usados na campanha, sublinhou; "Claro que há traidores. Trair Espanha é privatizar uma empresa pública como a Endesa, que é o que fizeram Felipe González e José María Aznar. Há traidores da pátria que acabam em Conselhos de Administração".
Criticando as práticas de especulação à volta dos preços das casas, Iglesias lembrou também que o problema maior que existe no que toca ao emprego é a temporalidade e que esse temporalidade foi a solução dada ao problema pelos governos do PP. "As suas reformas laborais são uma vergonha. É uma vergonha que haja pessoas que colecionam contratos temporais, atrás de contratos temporais, atrás de contratos temporais. Vamos mandar para a autoridade do trabalho todos os casos de falsos recibos verdes".
Apelando a todos os espanhóis que concordam com estas ideias e medidas, o líder da Unidas Podemos pediu o voto útil, lembrando que Sánchez nunca descartou, até agora, uma aliança de governo com a sua coligação. "O voto na Unidas Podemos tem um valor duplo: vale para travar a direita e vale para garantir que há um governo progressista que faça políticas progressistas" em Espanha.