Rússia, Irão e Turquia criam mecanismo conjunto de vigilância de cessar-fogo na Síria

Estes três países vão "observar e garantir o respeito total do cessar-fogo" para a manutenção da paz na Síria
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A Rússia, o Irão e a Turquia, "padrinhos" das conversações de paz entre os rebeldes sírios e Damasco, chegaram hoje a acordo para estabelecer um "mecanismo conjunto" de monitorização da trégua no país.

As três partes concordaram "estabelecer um mecanismo trilateral para observar e garantir o respeito total do cessar-fogo, prevenir quaisquer provocações e determinar todas as modalidades do cessar-fogo", de acordo com a declaração final lida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Kairat Abdrakhmanov, no final de dois dias de conversações em Astana.

A Turquia, a Rússia e o Irão também apoiam a presença da oposição armada nas negociações políticas sob os auspícios das Nações Unidas, que deverão começar em fevereiro em Genebra, segundo a declaração.

A delegação turca havia dito anteriormente que concordava em ter a Rússia como garante do atual cessar-fogo, mas não o Irão, outro apoiante do Presidente em exercício na Síria, Bashar al-Assad.

Um cessar-fogo negociado pela Rússia e pela Turquia tem estado em vigor desde o final de dezembro, mas quer os rebeldes, quer Damasco, têm-se queixado de repetidas violações.

Na segunda-feira, os rebeldes não compareceram naquele que seria o primeiro frente-a-frente com o regime sírio desde que o conflito começou, em 2011, argumentando que não iriam estar em negociações diretas com o regime por causa do contínuo bombardeamento e ataques a um local nos arredores da capital da Síria, Damasco.

Este último esforço diplomático para acabar com o banho de sangue na Síria surge um mês depois de as forças do regime, ajudadas pelos aliados Rússia e Irão, terem retomado o controlo de Alepo, no que foi um duro golpe para os rebeldes.

Mais de 310 mil pessoas já morreram e mais de metade da população do país foi desalojada desde que o conflito eclodiu em 2011, desencadeado por protestos contra a governação de Assad.

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