Rainha da beleza diz que está a ser silenciada
Anastasia Lin alega que foi banida pela China e silenciada pelos Estados Unidos
Anastasia Lin, 26 anos, participou no concurso Miss Mundo sem ilusões de ganhar. Esta canadiana de origem chinesa tinha um único objetivo: que o pai, que está impedido de sair da China, a conseguisse ver na televisão. Mas a jovem nem isso conseguiu e acredita que está a ser censurada pela China e silenciada pelos Estados Unidos, segundo conta à CNN.
A viver no Canadá desde os 13 anos, a jovem começou a dedicar-se ao ativismo social na sequência da sua carreira no mundo da moda e da representação. Ao mesmo tempo que fazia pequenos papéis ia participando em concursos de beleza para melhorar o currículo e ganhar experiência frente às câmaras. Mas em 2013, ficou em terceiro lugar no Miss Mundo Canadá e em 2015 acabou mesmo por ganhar a competição, o que lhe daria o passaporte para participar na final internacional, na China, nesse ano.
Só que, segundo explica à CNN, a data para o evento ia-se aproximando e não obtinha o visto. Ao mesmo tempo, o pai recebia ameaças na China. Anastasia Lin não desistiu e, mesmo sem visto, decidiu embarcar para Hong Kong - onde os residentes canadianos podem entrar sem necessidade do mesmo - mas foi barrada quando tentou entrar na China. Assim, não conseguiu participar no evento.
Teve uma segunda oportunidade de participar em 2016 e aí decidiu fazer tudo segundo as regras para evitar uma situação semelhante. Mas, como conta a CNN, escolheu para a iniciativa Beauty with a Purpose (projeto de solidariedade associado ao concurso Miss Mundo) chamar a atenção para a recolha de órgãos ilegal na China.
Anastasia Lin diz que até nos Estados Unidos, onde se realizou a final de 2016 do concurso Miss Mundo, foi silenciada. Que muitas das entrevistas que lhe haviam sido solicitadas e que ela havia encaminhado para a organização do evento foram recusadas, que foi repreendida por ter sido vista a conversar com um jornalista e que as entrevistas que acabou por dar foram todas supervisionadas. A organização do concurso de beleza nega estas alegações e rejeita ainda que tenha havido qualquer tipo de pressão por parte da China.
Como queria, a jovem participou na final internacional Miss Mundo 2016. No entanto, só surgiu no ecrã por uns meros seis segundos.