Pyongyang critica China e Rússia por apoiarem sanções da ONU
Num texto difundido pela agência estatal KCNA, o regime de Kim Jong-un recorda que o Presidente norte-americano, Donald Trump, que considera ser o principal impulsionador das sanções, "agradeceu à China e Rússia por cooperar na adoção da resolução".
Os países que apoiaram as sanções, "fizeram-no após abdicar das suas crenças, consciência e obrigações, e deviam sentir vergonha perante o mundo, refletir profundamente sobre os seus erros face ao severo tribunal da História e da humanidade e pagar caro", lê-se no texto.
O documento acusa ainda os 15 países que apoiaram unanimemente o castigo de "estarem assustados pelas ameaças de sanções dos Estados Unidos".
São raras as criticas diretas de Pyongyang à China e Rússia, ambos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com direito de veto, mas que no sábado aprovaram as novas sanções.
Só a China compõe 90% do comércio externo da Coreia do Norte.
A relação entre Pequim e Pyongyang, outrora descrita como sendo de "unha com carne", tem-se, contudo, deteriorado, face à insistência do regime de Kim Jong-un em testar mísseis balísticos e desenvolver um controverso programa nuclear.
Desde que, em 2013, ascendeu ao poder, o Presidente da China, Xi Jinping, nunca se encontrou com Kim Jong-un, tendo-se mesmo tornado no primeiro líder chinês a visitar a Coreia do Sul antes de ir à Coreia do Norte.
A nova resolução reduz até em 1.000 milhões de dólares as exportações norte-coreanas e surge em resposta aos dois misseis balísticos intercontinentais testados pela Coreia do Norte, em julho passado.