Pussy Riot lançam novo single contra reeleição de Putin
Chama-se "Elections" e é o nome da nova música das Pussy Riot. O grupo de punk rock reage assim à reeleição de Vladimir Putin como presidente da Rússia. "Vamos lutar, lutar durante seis anos/ não vamos obedecer durante este mandato", ouve-se no novo tema.
Vladimir Putin foi reeleito com 76,67% dos votos, quando estavam contabilizados quase todos os boletins (99,8%).
Além do novo single, a banda teceu duras palavras ao líder russo e aos seus anos de governação com uma declaração no YouTube. "O que 18 anos de Putin no poder nos trouxeram? Prisões, envenenamentos, torturas, assassinatos de ativistas políticos", começa por afirmar o grupo feminino de punk rock.
"Corrupção institucional é enorme. Erosão total das instituições democráticas. Grandes desigualdades económicas. Degradação das condições nas prisões. Censura em todo o lado - nos media, na educação, na internet, na mente das pessoas. Auto censura provocada pelo medo", pode ler-se na declaração que acompanha o lançamento do videoclipe da nova música.
As Pussy Riot fazem questão de afirmar que o que aconteceu no domingo não foram eleições. "Não se deixem enganar", referem. "Falsificações, eliminação de opositores políticos. O controlo dos média por parte do Kremlin não dá oportunidade a ninguém com exceção de Putin", acusam.
O videoclipe que ilustra o novo tema contém pinturas de Oleg Navalny, "um prisioneiro político, que foi condenado a três anos e meio de cadeia, porque é irmão de Alexey Navalny, firme opositor político", refere o grupo.
Com a reeleição de Putin, as Pussy Riot renovam as críticas ao governo russo e às elites do país. A banda tem protagonizado várias ações de protesto contra Putin. Dois elementos do grupo, Maria Alyokhina e Nadeezhda Tolokonnikova, chegaram a cumprir 21 meses de prisão depois de uma iniciativa contra o presidente russo.
Madonna, Red Hot Chili Peppers, Paul McCartney foram algumas das estrelas da música que manifestaram, na altura, o apoio à banda.
Também o presidente dos EUA, Donald Trump, tem estado na mira nas músicas e dos protestos do grupo de ativistas. De cabeça tapada, três elementos das Pussy Riot invadiram no ano passado a Trump Tower com faixas a pedir a libertação dos ucranianos Oleg Setsov e de Olexandr Kolchenko.