Porque é que a Holanda quer ser conhecida como Países Baixos?

Governo gastou 200 mil euros para alterar a marca do país, que começa a ser aplicada em janeiro.
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Sabia que o país das tulipas e dos moinhos de vento, dos pintores Van Gogh, Rembrandt ou Vermeer, da Laranja Mecânica de Johan Cruijff ou Marco Van Basten, do maestro e violonista André Rieu, da casa de Anne Frank ou do Rijksmuseum não se chama Holanda? O nome oficial é Países Baixos (Nederlands, no original) e é assim que quer passar a ser conhecido internacionalmente.

Holanda são na realidade apenas duas das 12 províncias dos Países Baixos: Holanda do Norte inclui a capital Amesterdão, enquanto a Holanda do Sul engloba a segunda maior cidade, Roterdão, além da sede do governo, Haia. "É um pouco estranho que se promova só uma pequena parte dos Países Baixos no estrangeiro, isto é, só a Holanda", disse à agência EFE um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O governo do primeiro-ministro Mark Rutte gastou 200 mil euros na campanha para a nova marca do país, para substituir aquela que existe há 25 anos e que inclui precisamente a palavra Holanda (o site oficial ainda é www.holland.com). Uma marca que ficou também ligada ao consumo de marijuana nas coffee-shops ou ao bairro vermelho de Amesterdão, pelo que a mudança é também para renovar a estratégia turística e pôr fim ao turismo massivo, barato e aéreo que tinha como principal destino esta cidade. A população tem exigido nos últimos anos a aposta por um turismo sustentável e respeitoso.

"Tenho a certeza que a maioria das pessoas vai perceber que os custos vêm antes dos benefícios e como estamos a falar de milhões e milhões de euros e empregos, os 200 mil euros são um valor pequeno dentro do pacote completo", disse aos jornalistas a ministra do comércio, Sigrid Kaag, quando apresentou o novo logo, em novembro.

O novo logo tem as iniciais NL (de Nederlands), que juntas formam uma tulipa estilizada, mantendo-se o tradicional laranja. Inclui ainda o nome do país, havendo pelo menos oito versões em oito línguas diferentes.

"O logo pode ser usado de forma abrangente, desde a alta tecnologia à agricultura, do desporto à cultura. Uma imagem internacional clara é positiva para as nossas exportações e para atrair investimento e talento", segundo a ministra, citada num comunicado oficial. Será usado a partir de janeiro por embaixadas, ministérios, empresas e universidades, assim como organizações que trabalhem em projetos com o governo nacional.

Os Países Baixos incluem, além do território no continente europeu, três municípios especiais caribenhos: as ilhas de Bonaire, Saba e Santo Eustáquio. Já o Reino dos Países Baixos, onde o monarca Guilherme-Alexandre também é o chefe de Estado, inclui os países soberanos de Aruba, Curaçau e São Martinho. Em certas áreas cada um destes países trabalha de forma independente, enquanto cooperam entre si em outros setores, como Defesa ou Relações Externas.

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