Perseguição a gays na Chechénia. UE pede respeito pelos direitos humanos
Alta Representante para a Política Externa e Segurança da União Europeia está de visita à Rússia
A chefe de Diplomacia da União Europeia defendeu hoje que a Rússia tem o dever de proteger os direitos humanos de todos os seus cidadãos, a propósito da alegada perseguição de homossexuais na Chechénia.
"A nossa expetativa é que a Federação Russa faça a sua parte para proteger os seus próprios cidadãos em pleno respeito pelos princípios dos direitos humanos", afirmou a Alta Representante para a Política Externa e Segurança da União Europeia, em visita oficial à Rússia, garantindo ter discutido o assunto com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.
No final de março último, um inquérito publicado pelo jornal independente russo Novaia Gazeta revelou que os homossexuais se tornaram um alvo das autoridades da Chechénia, uma sociedade conservadora onde a homossexualidade, considerada um tabu, é um crime passível de morte na maioria das famílias.
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De acordo com o jornal, as autoridades locais prenderam mais de cem homossexuais e incitaram as respetivas famílias a matá-los para "lavar a sua honra".
De acordo com a Novaia Gazeta, pelo menos duas pessoas foram assassinadas pelos seus familiares e uma terceira morreu em consequência de atos de tortura.
Foi aberto um inquérito pelo Ministério Público russo na passada segunda-feira, que fez saber não ter recebido "qualquer queixa oficial" de eventuais vítimas.
"Essas informações não se confirmam", declarou à comunicação social, de acordo com a agência France-Presse, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, um dia após um encontro entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o governador checheno, Ramzan Kadyrov.
"Infelizmente, ou felizmente, não há até ao momento qualquer confirmação concreta" de tais perseguições a homossexuais na Chechénia, disse Peskov, esclarecendo que as verificações sobre este tipo de questões são levadas a cabo pelas forças de segurança russas, assim como pela representante para os direitos humanos junto do Kremlin, Tatiana Moskalkova.