Pequim vai proteger interesses chineses na investigação aberta por Trump

Pequim garante que vai agir caso as empresas chinesas sejam prejudicadas, mas não diz como

O Governo chinês criticou hoje a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ordenar uma investigação sobre as práticas da China na área da "propriedade intelectual" e garantiu que protegerá os interesses chineses.

Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês afirmou que o memorando, assinado na segunda-feira por Trump, viola os acordos de comércio internacionais.

A mesma nota garantiu que Pequim vai agir, caso as empresas chinesas sejam prejudicadas, mas sem avançar como.

Trump pediu aos responsáveis pelas políticas comerciais norte-americanas para averiguar se Pequim exige indevidamente que as empresas estrangeiras transfiram tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês.

Organizações comerciais de empresas tecnológicas enalteceram a decisão, mas as autoridades chinesas criticaram o "forte unilateralismo", que viola o espírito internacional dos acordos comerciais.

"Se o lado norte-americano ignora o facto de que não respeita regras comerciais multilaterais e age para prejudicar as relações económicas e comerciais entre os dois lados, o lado chinês nunca se irá acomodar", indicou o comunicado.

Pequim "adotará todas as medidas apropriadas para proteger firmemente os interesses e direitos legítimos do lado chinês", afirmou.

Em abril, Trump disse que iria pôr de lado disputas sobre o acesso ao mercado e política cambial, enquanto Washington e Pequim trabalharem juntos para persuadir a Coreia do Norte a desistir do programa nuclear.

Nas últimas semanas, a administração norte-americana voltou a adotar uma posição mais dura em relação às questões comerciais.

"Acreditamos que o lado norte-americano deve respeitar rigorosamente os compromissos e não ser o destruidor de regras multilaterais", afirmou o Ministério em comunicado.

Na véspera do anúncio de Trump, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês pediu ao líder norte-americano para evitar uma "guerra comercial".

Em 2016, Pequim registou um excedente de 347 mil milhões de dólares (cerca de 295 mil milhões de euros) no comércio com Washington. Trump culpa frequentemente a China pelo défice comercial norte-americano, apontando práticas de concorrência desleal de Pequim.

Há várias décadas que as empresas estrangeiras acusam empresas chinesas de pirataria e roubo de tecnologia.

Pequim está a lançar um plano designado "Made in China 2025", para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos setores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG